O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,30% em março, engatando terceiro mês seguido de deflação, após variações de -0,27% em janeiro e de -0,41% em fevereiro, informou nesta sexta-feira (5) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A deflação foi menos intensa que os -0,39% esperados pelo consenso LSEG de analistas.
Com este resultado, o índice acumula queda de 0,97% no ano e de 4,0% em 12 meses. Em março de 2023, o índice havia caído 0,34%% e acumulava retração de 1,16% em 12 meses.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, os fatores determinantes para a diminuição menos acentuada do índice ao produtor em março ante fevereiro incluem a os preços da soja, que passaram de uma queda de 10,02% para um aumento de 2,71%, além das alterações nas variações da mandioca, de -0,54% para um acréscimo de 7,02%, e do açúcar VHP, que passou de -1,17% para 7,45%.
No segmento do consumidor, onde se observou uma desaceleração na média de variação do índice, as mudanças foram impulsionadas principalmente pelo grupo de alimentação. Itens in natura, como a batata inglesa e a cenoura, apresentaram significativas flutuações de preço, indo de 10,02% para -16,51% e de 13,65% para -6,51%, respectivamente.
Por outro lado, no setor da construção civil, um leve aumento nos custos da mão de obra, de 0,05% para 0,42%, contribuiu para a aceleração do índice.
IPA
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,50% em março, com a deflação perdendo força ante os 0,76% observados em fevereiro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 0,50% em fevereiro para -0,23% em março.
A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja variação passou de 6,25% para 0,10%.
O índice de Bens Finais , que exclui alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,29% em março, após variar -0,19% em fevereiro.
O grupo Bens Intermediários passou de uma deflação de -0,17% em fevereiro para uma alta de 0,68% em março. O principal responsável pelo avanço da taxa do grupo foi o subgrupo materiais e componentes para manufatura, cuja taxa passou de -0,62% para 0,71%.
Já o estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 2,15 % em março, após baixa mais intensa de 2,70% em fevereiro. Contribuíram para este movimento os itens: soja em grão (-10,02% para 2,71%), mandioca/aipim (-0,54% para 7,02%) e milho em grão (-5,27% para -3,13%).
Em sentido oposto, vale citar os seguintes itens: minério de ferro (-4,94% para -14,37%), arroz em casca (-4,18% para -10,19%) e café em grão (3,68% para 0,72%).
Fonte: InfoMoney