O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 0,72% em abril, encerrando assim um período de três meses seguidos de queda, informou nesta quarta-feira (8) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No acumulado do ano, o indicador ainda mostra deflação de -0,26% e, em 12 meses, de -2,32%.
A inflação em abril ficou dentro do esperado pelo consenso LSEG de analistas, que previa exatamente alta de 0,72% ante março.
Em abril de 2023, o índice tinha registrado queda de 1,01% no mês e acumulava retração de -2,57% em 12 meses, por conta do forte recuo nos preços das commodities na época.
Em abril de 2024, o que puxou o IGP-DI também foram os preços ao produtor, que subiram 0,84%, ante queda de 0,50% em março.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, nesta apuração, o índice ao produtor mostrou aceleração nos preços de commodities importantes, como soja, café e minério de ferro, sendo a primeira, a principal responsável pelo aumento da taxa do IPA.
“No âmbito do consumidor, os destaques foram gasolina e alimentos in natura, especialmente mamão e tomate. Por fim, no INCC, a principal contribuição veio da mão de obra, que registrou um avanço de 0,81% em abril e acumula alta de 7,15% nos últimos 12 meses”, disse Braz em nota.
IPA
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,84% em abril, ante queda de 0,50% um mês ante. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de -0,23% em março para -0,04% em abril, sendo a principal contribuição veio do subgrupo alimentos processados, cuja variação passou de -0,85% para 0,62%.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 0,68% em março para 0,62% em abril. O principal responsável pelo recuo da taxa do grupo foi o subgrupo suprimentos, cuja taxa passou de 1,10% para -0,44%.
Já no estágio das Matérias-Primas Brutas, houve alta de 2,06% em abril, após queda de 2,15% em março. Contribuíram para este movimento os itens: minério de ferro (de -14,37% para 3,68%), soja em grão (2,71% para 5,07%) e café em grão (0,72% para 16,05%).
Em sentido oposto, os destaques foram: laranja (8,39% para -5,47%), cana-de-açúcar (0,51% para -1,92%) e algodão em caroço (3,50% para -4,78%).
IPC
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,42% em abril, acelerando ante os 0,10% de março. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (de -2,22% para -1,24%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,32% para 0,87%), Alimentação (0,56% para 0,90%), Transportes (0,21% para 0,52%), Comunicação (-0,31% para 0,57%) e Vestuário (-0,03% para 0,02%).
As principais contribuições para este movimento partiram dos itens: passagem aérea (de -12,03% para -8,07%), medicamentos em geral (-0,20% para 3,87%), hortaliças e legumes (-0,54% para 7,44%), gasolina (0,35% para 1,04%), tarifa de telefone móvel (-0,22% para 2,15%) e serviços do vestuário (-1,58% para -0,80%).
Em contrapartida, os grupos Habitação (0,53% para 0,42%) e Despesas Diversas (0,42% para 0,13%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: aluguel residencial (2,61% para 1,52%) e serviços bancários (0,74% para 0,06%).
O núcleo do IPC registrou taxa de 0,26% em abril, 0,01 ponto percentual abaixo do resultado apurado no mês anterior, de 0,27%.
Dos 85 itens componentes do IPC, 37 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 26 apresentaram taxas abaixo de 0,01%, linha de corte inferior, e 11 registraram variações acima de 0,53%, linha de corte superior.
O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 56,45%, 0,32 ponto percentual abaixo do registrado em março, quando o índice foi de 56,77%.
INCC
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,52% em abril, ante 0,28% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de março para abril: Materiais e Equipamentos (0,18% para 0,32%), Serviços (0,25% para 0,30%) e Mão de Obra (0,42% para 0,81%).
Fonte: InfoMoney