Importações de fertilizantes do Brasil saltam com a chegada de remessas russas e chinesas

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Importações de fertilizantes do Brasil saltam com a chegada de remessas russas e chinesas

07/04/2022

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O Brasil acelerou as importações de fertilizantes nos primeiros três meses do ano, segundo dados de embarque divulgados nesta quarta-feira, 6, já que as sanções ocidentais a grandes fornecedores como a Rússia e Bielorússia representam um risco para os carregamentos daqui para frente.

 

Os fertilizantes são essenciais para manter as produtividades do milho, soja, arroz e trigo, com produtores no Brasil e em outros países lutando para se ajustar à medida que os preços disparam em meio a interrupções no comércio após o conflito Rússia-Ucrânia.

 

Segundo dados da Cargonave, as importações brasileiras de fertilizantes no ano até março aumentaram 27,4%, com as importações atingindo 10,43 milhões de toneladas.

 

Rússia, China e Canadá estão entre os três principais fornecedores do Brasil, mostraram dados da Cargonave.

 

O Brasil é um grande importador de fertilizantes, suprindo 85% de suas necessidades com produto vindo de fora.

 

Após o início da guerra no Leste Europeu, o governo brasileiro anunciou planos para reduzir essa dependência, mas a indústria local precisa de tempo para aumentar a produção doméstica.

 

O uso doméstico de fertilizantes no Brasil cairá 8%, para 42,18 milhões de toneladas em 2022, estimou a consultoria MacroSector nesta quarta-feira. Isso reflete interrupções no comércio, uma queda potencial no plantio de grandes culturas, como a soja, e os agricultores reduzindo as aplicações.

 

Em um horizonte de curto prazo, estima-se que 547 mil toneladas de fertilizante russo serão entregues aos portos brasileiros em abril, segundo dados de embarque compilados pela Agrinvest Commodities.

 

Do total, um volume de 181,6 mil toneladas corresponde a embarques feitos antes da guerra, divididos em cinco navios. E um volume estimado de 365,4 mil toneladas, dividido em 11 embarcações, deixou a Rússia após o início do conflito, segundo a Agrinvest.

 

Embora os dados de transporte mostrem navios de fertilizantes a caminho do Brasil depois que a guerra começou, menos negócios russos de fertilizantes foram confirmados nos últimos dias, disse à Reuters o analista da Agrinvest, Jeferson Sousa. Isso sugere uma redução potencial das remessas de nutrientes agrícolas da Rússia para destinos como o Brasil, disse ele.

 

Sinprifert, um sindicato da indústria que representa a Mosaic e a Yara no Brasil, disse à Reuters em uma entrevista recente que os agricultores locais terão nutrientes suficientes para plantar sua safra de verão no fim do ano.

 

Mas o diretor-executivo do Sinprifert, Bernardo Silva, alertou para os riscos relacionados a uma moratória nas exportações de fertilizantes da China e à escalada das tensões no Leste Europeu, que manterão os preços elevados.

 

Silva também disse que a produção local de fertilizantes pode aumentar em 35% até 2024. Mas essa meta depende de uma combinação de fatores, incluindo mudanças regulatórias e capital para vários projetos de mineração e industriais.

 

Fonte: Reuters

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