Índia: mudanças nas estratégias de produção de açúcar

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Índia: mudanças nas estratégias de produção de açúcar

24/05/2021

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Principal concorrente do açúcar brasileiro no mercado global da commodity, a Índia é também o segundo maior exportador, atrás do Brasil.

 

Com a notícia de que a Índia está aumentando a mistura de etanol na gasolina e tem previsão para exportar 6 milhões de toneladas de açúcar em 2020/2021, fica claro que haverá mudanças nas estratégias de produção no país.

 

“O plano do governo da Índia é de aumentar a mistura de etanol na gasolina, o que irá diminuir o excedente de açúcar para exportação do país em dois a três anos” analisa o presidente do conselho de uma grande empresa indiana do setor. O país é o principal concorrente do açúcar brasileiro no mercado global da commodity, além de ser o maior consumidor do mundo do adoçante, com 19 quilos per capita. Também é o segundo maior exportador, atrás do Brasil.

 

Em uma fala durante a Conferência Santander ISO Datagro de Etanol & Açúcar de Nova York, provido pela consultoria brasileira na terça-feira (18/05), Samir Somaiya, o diretor do Godavari Biorefineries, afirmou que as medidas do governo, como maiores preços de referência de cana-de-açúcar e etanol, irão mudar as estratégias de produção.

 

“A indústria está ativamente respondendo a essas políticas, e não existem dúvidas de que a produção de biocombustível na Índia irá aumentar”, disse Somaiya durante a apresentação na conferência.

 

Ele acrescentou que a produção do açúcar deverá diminuir, como uma consequência. A Índia está a caminho de exportar 6 milhões de toneladas de açúcar em 2020/21. No país, cerca de 50 milhões de agricultores produzem cana. O governo do país mudou recentemente a meta para mistura de etanol com gasolina, buscando atingir 20% de mistura até 2025, ao invés da meta anterior para 2030.

 

Outro importante produtor de açúcar, a Tailândia, deverá ver uma recuperação no ciclo 2021/22.

 

A analista sênior da corporação de açúcar Mitr Phol, Sasathorn Sanguandeekul, afirmou durante a conferência que a produção de cana-de-açúcar do país está prevista para avançar de 66 milhões de toneladas em 2020/21 para 85-90 milhões de toneladas em 2021/22.

 

Ela espera que as exportações de açúcar aumentem na próxima temporada, para cerca de 5 milhões a 6 milhões de toneladas, e vê as exportações da Tailândia competirem de novo no mercado da Indonésia, onde as importações foram alteradas nos últimos dois anos para ofertas brasileiras e indianas, como um resultado da baixa disponibilidade de açúcar tailandês (Reuters, 18/5/21).

 

Preço do Etanol
Enquanto isso, por aqui no Brasil, os indicadores semanais de etanol registraram mais uma semana de alta no Estado de São Paulo, devido à demanda aquecida, de acordo com informações do Cepea.

 

De 10 a 14 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou a R$ 3,0488/litro, avanço de 4,19% frente ao período anterior. No caso do etanol anidro, a elevação foi de 5,59% no mesmo comparativo, com o Indicador fechando em R$ 3,4935/litro.

 

Segundo pesquisadores do Cepea, o volume de negócios de etanol anidro no spot segue aquecido em função das transferências de produto para o Nordeste – a região está em período de entressafra, e as atividades de moagem devem começar somente no segundo semestre deste ano.

 

Fonte: Reuters e Cepea - retirado do Portal Mundo Agro Brasil

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