O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,95% em novembro, após ter registrado variação de 1,25% em outubro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Foi a maior variação para um mês de novembro desde 2015 (1,01%), segundo o IBGE, apesar de indicar uma desaceleração do índice. As altas nos grupos de transportes e habitação, puxadas pela gasolina e pela energia elétrica, contribuíram mais para a composição do índice.
Com o resultado, a inflação acumula alta de 9,26% no ano e de 10,74% nos últimos 12 meses. A meta do governo para 2021 era ter uma inflação de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Na tentativa de frear a escalada da inflação, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa básica para 9,25% ao ano, maior patamar em mais de quatro anos, e afirmou que antevê outro reajuste de 1,5 ponto percentual na próxima reunião, marcada para os dias 1º e 2 de fevereiro do ano que vem.
Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em novembro. Com o resultado de novembro, a variação acumulada do gasolina nos últimos 12 meses, por exemplo, foi de 50,78%. Além disso, houve altas também nos preços do etanol (10,53%), do óleo diesel (7,48%) e do gás veicular (4,30%).
Por outro lado, o índice geral de novembro desacelerou com o recuo em alimentação e bebidas (-0,04%), devido à queda de 0,25% na alimentação fora do domicílio, influenciada pelo lanche (-3,37%). Já a refeição (1,10%) acelerou em relação ao mês anterior (0,74%).
Houve quedas ainda mais intensas no leite longa vida (-4,83%), no arroz (-3,58%) e nas carnes (-1,38%), pressionando a alimentação no domicílio (0,04%).
“A Black Friday ajuda a explicar a queda tanto no lanche. Nós observamos várias promoções de lanches, principalmente nas redes de fast food no período. No Brasil, diferente de outros países, os descontos não são centrados em um único dia. Os descontos acabam sendo dados ao longo do mês”, explica Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.
Fonte: 6 Minutos/ UOL