A bolsa mercantil de Nova York operou o açúcar aos níveis máximos ancorados fundamentalmente na demanda possível para o etanol hidratado no Brasil. Desde ontem, sem essa âncora muito firme, o adoçante caiu.
Algumas informações internacionais sustentam que o superávit de 4,1 milhões de toneladas, declarados pela Green Pool Commodity Specialists tenha feito a queda dos 17.17 centavos de dólar por libra-peso da quarta, para os 16.84 c/lp da quinta, além do recuo adicional desta sexta para 16.52 c/lp (-1,90%).
Mas a consultoria australiana não tem peso para derrubar o mercado futuro. Superávit deverá haver, mas os números estão ainda escondidos das análises sem uma clareza da safra brasileira, ainda. Mesmo a Organização Internacional do Açúcar (OIA) deu déficit global em seu último report.
O analista Maurício Muruci está entre os que veem nas cotações do açúcar, por hora, a instabilidade proporcionada pela indicação do general Joaquim Silva e Luna à Petrobras (PETR3; PETR4), como sinal de interferência nos preços do mix de combustíveis -- enquanto a defasagem entre a paridade da gasolina aumenta. O mesmo peso que proporciona mais um dia de baixa do ADRs (-3,99%) da estatal na Bolsa de Nova York.
O etanol mantém trajetória de alta, e deve alcançar renovar máximas no acumulado desta semana, mas estaria aquém, portanto, do potencial, uma vez que a gasolina não sobe tanto quanto deveria na relação com o aumento do petróleo. "O mercado desconfia de que a dois a três meses vai piorar mais para as usinas", diz o profissional da Safras & Mercado.
Com o agravante da safra do Centro-Sul avançando mais, a partir de abril.
Ao invés de mais etanol, como vinha se projetando, poderá haver mais açúcar do que o estimado. Maior oferta. Daí que o vencimento maio apresenta um movimento de defesa, os investidores saíram vendendo açúcar.
Vale destacar que a curva ascendente do açúcar, até à cotação de anteontem, praticamente acompanhou por dias seguidos as altas do etanol hidratado no Brasil. Também houve um relativo impacto do atraso nos embarques de soja nos portos, encurtando a saída de açúcar.
Fonte: Money Times