IPC: Inflação nos EUA desacelera em 2023, mas deve ficar longe da meta

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IPC: Inflação nos EUA desacelera em 2023, mas deve ficar longe da meta

09/01/2024

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A inflação ao consumidor americana medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) deve fechar o ano com diminuição da pressão, mas ainda estaria longe da meta de 2% do Federal Reserve. Os dados de dezembro devem ser divulgados pelo U.S Bureau of Labor Statistics nesta quinta, e a expectativa consensual é de que o IPC apresente variação mensal de 0,2% e anual de 3,2%, segundo o Calendário Econômico do Investing.com. Já o núcleo tende a subir na mesma magnitude, 0,2%, levando a uma alta em doze meses de 3,8%.

 

William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, avalia que a trajetória de inflação americana sido benigna, com desinflação acontecendo no índice de preços PCE (preferido pelo Fed) e no IPC. “Algo que ajuda bastante é que as expectativas inflacionárias têm cedido bastante. A inflação é muito perigosa, especialmente no que se refere às expectativas. Se os agentes acreditam que vai ter mais inflação olhando à frente, eles acabam reajustando preços de forma anterior a isso acontecer”, explica, ao apontar pesquisa do Federal Reserve de New York que indicou menor expectativa inflacionária desde janeiro de 2021. Os consumidores agora veem a inflação para 2024 em 3%, acima da meta, mas demonstrando arrefecimento.

 

Alves destaca que associação nacional de negócios independentes dos Estados Unidos realizou uma pesquisa com pequenas empresas que indica que 30% delas ainda apontam a inflação como um vilão. Ou seja, "a guerra ainda não foi ganha". O especialista menciona ainda outros fatores benignos, como uma desaceleração de preços de imóveis, ainda que com demora, tendo em vista que os alugueis são reajustados uma vez a cada ano.

 

O Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) projeta uma variação mensal de 0,3% no mês de dezembro, com inflação de energia mais neutra, levando a resultados parecidos para o núcleo e índice cheio. Na base anual, o indicador deve subir 3,3%, enquanto o núcleo iria a 3,9%, estima o BofA.

 

“Nossa previsão também significaria uma ligeira desaceleração na taxa anualizada de três meses do núcleo do IPC, de 3,4% em novembro para 3,2% em dezembro, enquanto a taxa anualizada de seis meses seria de 3,1%”, aponta o BofA, que espera que os dados vão continuar a mostrar progressos em direção à meta de 2% do Fed.

 

“Contudo, ao contrário dos dados do núcleo da inflação do PCE – a medida de inflação preferida da Fed – o núcleo do IPC ainda não está na linha de chegada”, pondera o BofA, que espera que os indicadores podem levar a revisões na precificação dos juros por parte da autoridade monetária americana. Se os dados vierem conforme estimativas, o banco projeta corte em março de 2024.

 

Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, recorda que, na semana passada, os investidores repercutiram dados acima do esperado no mercado de trabalho americano, demonstrando a resiliência do emprego mesmo no processo de desinflação.

 

Enquanto os analistas avaliam se será possível um pouso suave na economia, ou seja, diminuição da inflação com juros mais elevados, mas sem recessão, o cenário, em sua visão, seria benigno, com pressão menor de forma gradual, ainda que distante da meta.

 

"Apesar do FOMC normalmente não colocar muito peso em apenas um indicador mensal, um número muito acima das projeções para a inflação de dezembro deverá ser interpretado pelo mercado como um sinal de que os cortes de juros só terão início a partir do segundo trimestre, impactando a precificaçao de ativos", concorda Igliori.

 

 

Fonte: Investing.com

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