A inflação ao consumidor americana segue no foco dos investidores nesta semana, com divulgação um dia antes da decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve nesta quarta.
A expectativa consensual indica que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) deve ficar praticamente estável em novembro, assim como outubro. O núcleo, por sua vez, tende a subir 0,3%, segundo a plataforma Investing.com. Os dados serão divulgados às 10h30 (de Brasília) desta terça.
Jesse Cohen, analista do Investing.com, avalia que o indicador deve mostrar que a inflação ao consumidor continua a arrefecer. Cohen recorda que a inflação americana recuou de forma considerável desde o verão de 2022, quando chegou ao pico de 40 anos, de 9,1%, diante do ciclo de altas nas taxas do Federal Reserve.
“Um resultado mais fraco do que o esperado, que faça com que o valor do headline caia para 3% ou menos, aumentaria o fervor pelo corte das taxas, enquanto uma leitura surpreendentemente forte provavelmente manteria a pressão sobre o Fed para manter a sua luta contra a inflação”, destaca Cohen.
Gustavo Zuquim, diretor de portfólio do Andbank, espera mais uma possível reafirmação de uma continuação do declínio na trajetória da inflação. Após a última leitura de 0%, o Andbank projeta variação mensal de 0,1%. “O maior detrator, e também maior componente do índice, permanece sendo moradia. Apesar disso, o indicador utilizado pelo BLS (Bureau of Labor Statistics), Case-Shiller, é conhecido por ser defasado. Indicadores mais líder como Zillow Home Value Index, caiu 0,32% no mês de outubro, após um mês de leitura praticamente 0”. Para Zuquim, a leitura referente a novembro pode novamente trazer boas novas pelo segundo mês consecutivo.
O economista Bruno Corano, CEO da Corano Capital, estima um cenário de relativa estabilidade. Segundo ele, mesmo assim, os investidores estão atentos para identificar possíveis indícios de aumento da inflação. “Embora haja uma flutuação mínima, o foco está em analisar se surgem sinais negativos nesse indicador, pois a intenção é reduzir os juros”.
Corano ressalta que o comportamento da economia dos EUA, especialmente dados como o payroll e as decisões do Fed, influenciam os mercados globais e as políticas de juros. “Atualmente, a manutenção ou redução dos juros brasileiros está associada à estabilidade dos juros nos EUA. O Fed tem sido claro ao afirmar que só considerará reduzir os juros quando houver sinais claros de desaceleração econômica nos EUA”, completa.
Fonte: Investing.com