O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) desacelerou e ficou em 0,69% em março, após alta de 0,76% em fevereiro, informou nesta sexta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o Banco Central começa a perder seu argumento de que a Selic deve se manter alta para controlar a inflação.
O resultado da prévia da inflação ficou acima da mediana das projeções de mercado, que estimavam alta de 0,67%. No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 5,34% em março, ante 5,63% no número registrado até fevereiro.
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central para 2023 é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual, para baixo ou para cima.
Em seu comunicado de quarta-feira (22), o Comitê de Política Monetária (Copom) destacou que as projeções de inflação seguem altas e, por isso, é necessário manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. E mais: que se precisasse, o Banco Central poderia elevar a Selic se necessário.
Grupos do IPCA-15
Em março, oito dos nove grupos pesquisados no IPCA-15 apresentaram alta.
O maior impacto (+0,30 ponto porcentual) e a maior variação (+1,50%) vieram de Transportes, que acelerou a alta de 0,08% registrada em fevereiro. O grupo foi puxada pelo aumento de 5,76% nos preços da gasolina, que teve reoneração dos impostos federais no início do mês.
O grupo Saúde e cuidados pessoas registrou a segunda maior contribuição (+0,15 pp) depois de ver sua alta de 0,55% em fevereiro acelerar-se a +1,18% em março. O grupo Habitação protagonizou a terceira contribuição (+0,12 pp), acelerando-se de +0,63% para +0,81% no período.
Já o grupo de Artigos de residência aparece como a única variação negativa (-0,18%), com contribuição de -0,01 pp no IPCA-15 de março.
Fonte: MoneyTimes