A semana passada foi marcada pelo veto à desoneração da folha e por uma Black Friday menos animada que o necessário para recuperação de varejistas, que puxaram baixa do Ibovespa na sexta-feira. Após agenda mais esvaziada, a próxima semana apresenta IPCA-15, dados de produção industrial e CAGED no Brasil.
Na segunda-feira, os primeiros dados serão apresentados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apresentará o INCC-M de novembro e a Sondagem da construção de novembro. O CNI divulgará os resultados setoriais de novembro e Tesouro trará o relatório mensal da dívida pública federal.
O dado mais esperado da semana será divulgado na terça-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 de novembro. O dado tem previsão de 0,35% de aumento na comparação mensal pelo Bradesco enquanto o Itaú considera que a alta poderá ser de 0,29%, com queda da taxa anual para 4,8% dos 5,0% observados em outubro.
”Apesar de um número mais pressionado do que o registrado em outubro, por conta de alimentação no domicílio, o dado manterá a trajetória benigna para inflação com núcleos e serviços bem comportados. De atividade, destaque para a produção industrial referente a outubro, que deve ficar praticamente de lado, dando início aos dados conjunturais do último trimestre do ano”, considera o Bradesco.
Além disso, na terça-feira, serão apresentados os dados da sondagem da indústria pela FGV e o resultado primário do governo, com expectativa do Bradesco de R$ 15,8 bilhões.
“Esperamos um superávit de R$ 18,3 bilhões. Além disso, os dados de arrecadação de impostos para outubro (anteriormente programados para serem divulgados em 20 de novembro) podem ser divulgados ao longo da semana, e estimamos um resultado de R$ 212,7 bilhões”, destaca a equipe econômica do Itaú.
Na quarta-feira, a FGV apresentará o IGP-M e as sondagens de serviços e do comércio do mês de novembro. O dia será marcado pela apresentação dos dados de geração de emprego formal, pelo Caged, e os dados sobre mercado de trabalho são complementados, na quinta-feira, pela taxa de desemprego (PNAD Contínua).
“Para o CAGED, esperamos a criação de 125 mil empregos formais, ante 211 mil em setembro. Ajustado sazonalmente, o CAGED provavelmente atingirá 106 mil, de 115 mil no mês anterior. Em relação à taxa de desemprego, esperamos um aumento para 7,8%, de 7,7% (8,0% em termos ajustados sazonalmente)”, projeta o Itaú.
A semana será fechada por mais divulgações da FGV, como o indicador de incerteza da economia, ainda na quinta, e o índice de confiança empresarial na sexta-feira. A Pesquisa Industrial Mensal, do IBGE, será apresentada, assim como o índice PMI da indústria de transformação.
As divulgações se encerram com apresentação da Balança Comercial de novembro, que tem expectativas do Itaú de superávit de US$ 9 bilhões de dólares “semelhante a outubro e muito maior do que o superávit de 6,2 bilhões de dólares em novembro de 2022”, e os números de emplacamentos de veículos pela Fenabrave.
No campo político, a semana passada foi marcada pela divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, que elevou o déficit primário para R$ 177 bilhões.
“Nossa projeção indica um déficit primário um pouco menor do que o apresentado no relatório. Isso porque, é bastante provável que algumas despesas discricionárias ficarão “empoçadas”. Do lado das despesas obrigatórias, nossos números estão próximos àqueles indicados pelo governo”, considera o Bradesco.
O Itaú espera o avanço de discussões sobre a proposta que altera a tributação de fundos offshore e exclusivos, assim como o seguimento de conversas sobre o projeto de lei de apostas esportivas.
“Segundo as estimativas da equipe econômica, essas medidas poderiam aumentar a receita em 22 bilhões de reais em 2024, um valor contado pela administração para cumprir sua meta de déficit zero em 2024. Ambas as discussões podem continuar avançando, rumo a uma votação final no plenário na próxima semana”, destaca o banco.
Além disso, atenções também se voltam para ganho de força de proposta que limita a capacidade das empresas de deduzir benefícios fiscais estaduais do cálculo base para impostos federais, o chamado “projeto de subvenção”. Esse é um dos itens-chave na agenda do Ministério da Fazenda e será acompanhado de perto pelo mercado.
Por fim, há mudanças, por parte de alguns estados do Sudeste e do Sul para aumento de alíquota modal do ICMS, com foco na restauração da receita estatual a curto prazo e a neutralização de possíveis perdas decorrentes da reforma do ICMS.
PMI na Zona do Euro e Reino Unido
Nos EUA, a semana foi mais curta, sem funcionamento das bolsas por lá na quinta-feira (23) por conta do feriado de Ação de Graças e com fechamento às 15h na sexta-feira (24).
Os próximos dias serão marcados pela apresentação da Conference Board com os dados da confiança do consumidor, na terça-feira. A semana toma força na quarta, com a divulgação da segunda leitura do PIB do 3º trimestre, com projeção LSEG de avanço de 5,0% na comparação trimestral, a Balança Comercial e do Livro Bege do Federal Reserve.
No dia seguinte, serão apresentados os dados de rendimento pessoal e gastos pessoais de outubro, com projeção LSEG de 0,2% na comparação mensal para ambos os números. Haverá a divulgação do deflator do PCE no mesmo dia.
Na Zona do Euro, o primeiro dado de destaque a ser divulgado será o indicador de confiança na economia, com dados de novembro, na quarta-feira, assim como o índice de preços ao consumidor da Alemanha. O país divulgará sua taxa de desemprego de novembro na quinta-feira e o dia será marcado também pelo índice de preços ao consumidor e taxa de desemprego da Zona do Euro.
Na sexta, será a vez da apresentação do índice PMI S&P Global da indústria de transformação de novembro pela Zona do Euro, pelo Reino Unido e pela Alemanha.
Ainda em destaque, no próximo dia 30 será realizada a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).
Fonte: InfoMoney