Embora o Itaú BBA preveja um aumento no consumo de combustíveis do ciclo Otto em 2021, o banco não acredita que o etanol será comercializado a preços particularmente competitivos nas bombas. O cenário foi traçado na última quinta-feira, 11, pelo gerente da consultoria agro do Itaú BBA, Guilherme Bellotti.
De acordo com ele, quando se considera o crescimento de consumo, a projeção da demanda de etanol chega a ficar maior que a da produção na safra 2021/22. Desta forma, para atender a este aumento, as usinas de cana-de-açúcar teriam que direcionar uma maior quantidade de matéria-prima para a fabricação do biocombustível – algo que elas podem não ter interesse devido aos bons preços do açúcar no mercado internacional.
“Os preços do açúcar ainda são mais atrativos do que os do etanol. Isso, somado a um nível de fixação de preços já bastante elevado, na casa de 80%, indica que teremos novamente um mix bastante açucareiro”, explica Bellotti.
A princípio, o banco acredita que o setor deve direcionar 46% da cana para a produção de açúcar e 54% para a de etanol, mantendo o perfil açucareiro visto na atual temporada. Entretanto, a perspectiva de uma menor disponibilidade de matéria-prima e de uma queda na qualidade da cana devem levar à redução no volume fabricado de ambos os produtos.
Fonte: Nova Cana