Itaú BBA vê déficit de 2,5 mi t no mercado global de açúcar em 2024/25

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Itaú BBA vê déficit de 2,5 mi t no mercado global de açúcar em 2024/25

06/12/2023

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O déficit no mercado global de açúcar 2024/25 segue sendo uma visão firme entre os analistas do mercado. Segundo a analista da consultoria agro do Itaú BBA, Annelise Izumi, boa parte das empresas estima um déficit no mercado global de açúcar.

 

O Itaú BBA, especificamente, projeta que a produção ficará abaixo do consumo em 2,5 milhões de toneladas em 2023/24. Este e outros números foram apresentados durante o Agro em Pauta, evento promovido pelo banco nesta terça-feira, 5.

 

O principal motivo da perspectiva é a produção em países asiáticos, que está sofrendo com a seca: na Índia e na Tailândia, inclusive, é esperada uma quebra na safra. No caso da Tailândia, também há uma redução de área de 3% a 4%, com a mudança de cultura da cana pela mandioca, produto mais rentável.

 

O resultado é uma estimativa de 9 milhões de toneladas de açúcar tailandês, com queda anual de 21,1%. Já para a Índia, o Itaú BBA espera 30,7 milhões de toneladas (-6,4%).

 

O Brasil, por outro lado, vem tendo uma safra muito favorável, segundo Izumi. “A seca acabou ajudando a colheita e o calor aumentou o ATR [açúcar total recuperável] na cana. Entre setembro e outubro, é comum ver uma redução de colheita e de ATR devido às chuvas, com as usinas se encaminhando para terminar a safra. Neste ano foi diferente”, afirma.

 

“Vimos uma moagem maior nos últimos meses, aumento de ATR e, consequentemente, incremento de produção de açúcar”, Annelise Izumi (Itaú BBA)

 

A estimativa da empresa para a produção do adoçante em 2023/24 é de 40,5 milhões de toneladas, alta anual de 20,5%. O volume, entretanto, depende da chuva que irá ocorrer deste momento até o final do ano. “Para a próxima safra, há visões de melhores produtividades, especialmente com clima favorável nas regiões produtoras”, completa.

 

A perspectiva também é de elevação na safra na Europa, especialmente devido à ampliação de área de 3% a 4%, atingindo 16 milhões de toneladas da commodity (+1,9%). Mas alguns países, segundo Izumi, relatam possíveis problemas com o vírus amarelo, o que pode reduzir a produtividade, uma vez que este é o primeiro ano em que será proibido o uso dos neonicotinoides em toda a Europa.

 

“Essa safra dependerá muito do clima e do desenvolvimento do vírus amarelo. Por enquanto, a nossa visão é positiva”, detalha a analista.

 

Com a sucessão de déficits no cenário global, Izumi explica que há cinco anos existe o consumo dos estoques, um fator que justifica os preços elevados da commodity. “Mesmo com produtividades melhores de Índia e Tailândia, acima do esperado pelo mercado, vemos os preços caindo, mas ainda em patamares elevados, pois o mundo precisa de açúcar, especialmente para repor estoques nos principais países consumidores”, detalha.

 

Mix subindo semana a semana
Durante todo o ano, a produção brasileira de açúcar bateu recordes, conforme pontua a analista. O aumento do mix de produção, atingindo 49,8% na primeira quinzena de novembro, é considerado por ela “um patamar muito elevado”, especialmente levando em conta fatores sazonais e as chuvas, que influenciam a produção nesta época do ano.

 

“Conversando com as usinas, foi basicamente ‘aperto de parafuso’, sem incremento muito grande na capacidade”, relata Izumi, que detalha: “Todas as usinas estão tentando produzir a maior quantidade possível de açúcar devido à diferença de preço entre ele e etanol. Para as próximas safras, vemos aumento de mix, dado ao aumento de capacidade”.

 

Para as safras 2024/25 e 2025/26, um potencial adicional de 2 milhões de toneladas de açúcar devem entrar na conta, cerca de 1 milhão por safra. Portanto, a perspectiva é de aumento de produção, especialmente porque o preço do adoçante está acima do custo de produção em todos os países.

 

“Analisando o Brasil, há tendência de aumento de capacidade, até mesmo olhando o balanço produtivo que está próximo do equilíbrio. Temos déficit por quebra de produção, mas adiante haverá mais proximidade entre produção e consumo”, afirma.

 

 

Fonte: NovaCana

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