A Kynetec, especialista em pesquisa de mercado em saúde animal e agricultura, projeta que em 2025 o setor de insumos biológicos ultrapasse 8 bilhões de dólares. De acordo com a consultoria, isso deve ocorrer porque a tendência é de uma demanda crescente no manejo integrado de pragas e doenças (MIP).
Além desse fator, a Kynetec aponta ainda pressões regulatórias sobre os produtos químicos sintéticos. Em função disso, percebe-se que as companhias estão investindo fortemente nesta área e os produtores, por sua vez, estão acreditando cada vez mais na importância destes produtos para uma agricultura mais eficiente e sustentável.
A safra 2019/20 foi muito importante para o mercado de biodefensivos no Brasil. Globalmente, esse segmento cresce a taxas de 15%, segundo a consultoria internacional Dunham e Trimmer. No Brasil, o aumento chegou a 28% em faturamento em 2020, segundo dados da Consultoria Spark. Em termos de área, destaca-se a participação de área de soja tratada com biodefensivos que passou de 14% para 21%, com pelo menos uma aplicação de produtos de base biológica. Se esta média de crescimento continuar, estima-se que, na safra 2021/22, mais da metade da área de soja já terá recebido pelo menos uma aplicação de biodefensivo.
Um sinal claro dessa tendência são as medidas desenvolvidas para fortalecer a área por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Uma delas é o Programa Nacional de Bioinsumos, criado para melhorar a oferta de insumos biológicos, oferecer suporte técnico e fomentar pesquisas sobre a implantação desse manejo sustentável nas lavouras. Além disso, tem como intuito acelerar a criação de normas reguladoras para incentivar o surgimento de novas empresas no mercado.
“O programa tem um Conselho Estratégico integrado por representantes de organizações públicas e privadas, que tomaram posse em outubro do ano passado. O conselho tomou posse em outubro de 2020 e neste ano vai definir prioridades como a questão regulatória para trazer segurança à produção e ao uso de bioinsumos; crédito para CT&I e para biofábricas, além de capacitações por EAD para atingir o maior público possível na orientação sobre a utilização e execução de Boas Práticas dos produtos”, afirmou Alessandro Cruvinel, coordenador do Programa, ao Agrolink.
“Como consequência, acreditamos que essas medidas vão ampliar o uso de bioinsumos, especialmente, na proteção de cultivos, saindo de apenas 2,6% dos produtos utilizados na agricultura para 20% até 2025, podendo chegar a R$ 2 bilhões em faturamento anual. Avaliamos também que o Brasil caminha se para se tornar líder deste mercado, hoje liderado por países da Europa e da América do Norte. Tudo isso se traduzirá em menor custo de produção e maior competitividade para os produtos brasileiros e, especialmente, fortalecer a adoção de práticas sustentáveis em nossa agricultura”, conclui ele.
Fonte: AgroLink