Imagem: Grupo Cultivar
Ao invés de o agricultor investir em complexas tecnologias e altos custos no aumento da produtividade da cana em Pernambuco, o Engenho Jucá, em Aliança, passou a apostar em um método mais simples para replicar, com rapidez, as mudas com padrão de fitossanidade, vigor e uniformidade de plantio.
A iniciativa pode demonstrar para o setor canavieiro local que o pequeno produtor não só pode como também deve apostar em Mudas Pré-Brotadas (MPB), através da confecção do seu próprio viveiro de cana de melhor qualidade. Além de viável nos aspectos técnicos e financeiros, a iniciativa amplia a rentabilidade da plantação com maior produtividade, que pode elevar aproximadamente 45% no final do processo, em comparação ao cultivo padrão.
Com o método da MPB, o Departamento Técnico da Associação dos Fornecedores de Cana do Estado (AFCP) estima que a produtividade pode chegar a cerca de 80 toneladas/hectare. A média pernambucana hoje é de 55 toneladas/hectare.
“O diferencial do método adotado pelo produtor e proprietário do Engenho Jucá, José Henrique Albuquerque, mais conhecido por Cazuza, é que não precisa de muitas tecnologias. Quando se fala em MPB, pensa-se logo no alto custo e complexidade, mas, aqui, destaca a praticidade e rusticidade dos viveiros e sua viabilidade”, diz o agrônomo da AFCP, Ricardo Moura. Em torno de 45 dias, as mudas estão prontas, já adaptadas ao sol. Um hectare delas produzidas no viveiro já é capaz de produzir oito hectares no campo.
A AFCP aposta em toda iniciativa do setor que visa a redução de custo e o aumento de produtividade do canavieiro. Desse modo, em parceria com a Cooperativa dos Fornecedores de Cana (Coaf) e com o Engenho Jucá, a entidade promoverá, no dia 11 de fevereiro, às 9h, o dia de campo na propriedade para Cazuza apresentar aos demais produtores de cana interessados o viveiro e cada etapa de sua produção.
“O MBP é muito comum no Centro-Sul do Brasil. Em Pernambuco, e no NE em geral, talvez por crer que seja algo bem caro e complicado, ainda é incomum para o fornecedor de cana, mesmo oportunizando uma maior produtividade. Talvez isso possa começar a mudar”, prevê Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP e da Coaf.
Fonte: Jornal Cana