Oferta total de etanol alcançará 47 bilhões de litros no Brasil em 2032, projeta EPE

Notícias do Mercado

Notícias do Mercado

Oferta total de etanol alcançará 47 bilhões de litros no Brasil em 2032, projeta EPE

25/01/2023

Compartilhe:

A oferta brasileira de etanol atingirá 47 bilhões de litros em 2032, com uma taxa de crescimento de 4,1% ao ano, considerando adição obrigatória de etanol anidro na gasolina, na proporção de 27%, e a diferenciação tributária entre os combustíveis, mostra o Plano Decenal de Expansão de Energia 2032 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

 

Segundo as projeções, a produtividade total do biocombustível avançará cerca de 1,4% anualmente, atingindo 81 milhões de toneladas de capacidade até o fim do decênio 2022-2032.

 

As estimativas consideram ganhos significativos de produtividade por hectare, com a possível ampliação de 8,2 milhões para 9,2 milhões de hectares nas áreas de plantação.

 

A colheita da cana-de-açúcar compreenderá 751 milhões de toneladas da geração total, sendo destinada tanto para o etanol quanto para o açúcar. A expectativa é que 56% do volume seja reservado para a fabricação de etanol, 1% a mais em relação a 2022 (55%).

 

A taxa integral de produção da matéria-prima deve aumentar de 35% para 45%. O percentual equivale a 2,5% de crescimento por ano.

 

Sendo assim, o etanol de cana-de-açúcar deve manter a participação majoritária na oferta total do combustível, somando 36,1 bilhões de litros até 2032 – em 2021, a oferta foi de 26,6 bilhões em 2021.

 

A produção de etanol de milho também deve alavancar nos próximos anos, saindo de 3,3 bilhões de litros em 2021 para 9,1 bilhões de litros em 2032.

 

Para o etanol lignocelulósico, derivado de biomassa, são projetados 560 milhões de litros em 2032. Por se tratar de um biocombustível de segunda geração, utiliza uma parcela do bagaço e da palha produzidos.

 

Já a demanda total de etanol terá o alcance de 43 bilhões de litros, o que representa um aumento de 4,2% ao ano durante o decênio.

 

A empresa prevê maior competitividade do hidratado frente à gasolina, com “sinais positivos vindos do RenovaBio e melhorias na produtividade com recentes investimentos do setor”.

 

Para o período, a projeção é de crescimento da fração do carburante no ciclo Otto – cerca de 55% em 2032 – com a participação de mercado do hidratado nos veículos flex fuel chegando a 48%, frente a 32% de participação em 2022.

 

Bioeletricidade

Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), no Brasil, 80% da bioeletricidade é proveniente dos resíduos da cana-de-açúcar. São substratos que compõem os combustíveis de segunda geração.

 

Pelo planejamento da EPE, é esperada uma expansão da incorporação dos combustíveis de segunda geração para os próximos anos, a qual garantirá aporte financeiro às indústrias do setor associadas à bioeletricidade, em contraposição à sazonalidade da produção canavieira.

 

Hoje, cerca de 236 unidades sucroenergéticas comercializam energia por meio de leilões; o número representa aproximadamente 40% do total. Até outubro de 2022, foram realizados 64 certames, com a venda de energia das usinas sucroenergéticas em 32 deles.

 

Quanto ao potencial técnico de exportação de energia por meio da biomassa, a variação vai de 6,6 GW médios até 10,5 GW médios ao fim do período decenal.

 

Em setembro de 2022, a capacidade produtiva da biomassa de cana atingiu 12,2 GW, simbolizando um aumento superior a 30%, em relação a 2016.

 

Demanda de países da África e Ásia

A EPE estima que o Brasil exportará até 2,3 bilhões de litros de etanol e 45 milhões de toneladas de açúcar em 2032. Um dos fatores impulsionadores é o crescimento da demanda dos países importadores, como a África e Ásia, por exemplo.

 

“O Brasil mantém a sua posição de destaque no mercado externo, sendo responsável por mais de 40% do fluxo da commodity do comércio internacional”, afirma o relatório.

 

Entre as tendências de mercado para os próximos anos está a aposta na ampliação do volume de etanol comercializado em relação aos combustíveis fósseis.

 

De acordo com os estudos, com o avanço das políticas de incentivo à eficiência energética e promoção de fontes de energia, os biocombustíveis fomentarão a segurança – com a redução das emissões de CO2 – e a diversificação na matriz.

 

Assim, crescerá também a competitividade do hidratado frente à gasolina, motivando mais investimentos em unidades greenfields e existentes.

 

Desoneração da gasolina

Apesar das projeções de crescimento do mercado de etanol, o atual cenário brasileiro está desfavorável para aquisição do biocombustível.

 

Em 2022, a redução do ICMS contribuiu para o aumento de preços do etanol e resultou em queda de 15,7% nas vendas em relação a 2021, favorecendo o consumo da gasolina. A StoneX estimou um consumo total de hidratado de 15,13 bilhões de litros, em 2022, representando queda de 0,7%.

 

A diminuição dos tributos acabou beneficiando o mercado de gasolina e com isso, o preço do etanol enfrentou queda de 13%, fazendo com que a paridade entre os produtos, em julho do ano passado, ficasse na média em 68,9%.

 

O retorno do ICMS já no início de 2023 era uma expectativa das companhias do setor sucroenergético, que, com os estoques abastecidos, cobram do governo a derrubada da MP 1157, medida que mantém a desoneração dos combustíveis.

 

 

Fonte: EPBR

Extraído de NovaCana

MAIS

Notíciais Relacionadas