Opep+ adia reuniões para avaliar novo cenário

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Opep+ adia reuniões para avaliar novo cenário

29/11/2021

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A Opep e seus aliados (conhecidos como Opep+) decidiram no fim de semana adiar as reuniões técnicas preparatórias para o encontro desta semana. O objetivo é conseguir avaliar melhor o impacto da nova variante do coronavírus Omicron na demanda e nos preços do petróleo, de acordo com fontes e documentos da Opep+, informou a Reuters. As reuniões que deveriam ocorrer hoje estão marcadas agora para quarta-feira, mesmo dia do encontro dos líderes da Opep+.



Os preços do petróleo despencaram junto com outros mercados financeiros na sexta-feira em mais de 10%, a maior queda em um dia desde abril de 2020. A nova variante assustou os investidores e aumentou as preocupações de que um superávit de oferta poderia aumentar no primeiro trimestre. A queda de sexta-feira foi exacerbada pela baixa liquidez devido a um feriado nos Estados Unidos.



Os preços dos contratos para janeiro do Brent, considerado a referência global, terminaram a sexta-feira em queda de 11,55%, a US$ 72,72 por barril, na ICE, em Londres, enquanto os preços dos contratos para o mesmo mês do WTI, a referência americana, recuaram 13%, a US$ 68,15 por barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).



Até os efeitos da nova variante na sexta-feira sobre os mercados, a Opep previa que o superávit cresceria vertiginosamente depois que os Estados Unidos e outros grandes consumidores decidiram liberar os estoques de petróleo para ajudar a baixar os preços. A Opep+ mudou seu comitê técnico conjunto para quarta-feira, de acordo com os documentos.



Um comitê de monitoramento ministerial conjunto se reunirá na quinta-feira, em vez de amanhã, mostraram os documentos. A Opep+ se reunirá no mesmo dia, quando a decisão política provavelmente será anunciada. "Precisamos de mais tempo para entender o que é essa nova variante e se precisamos reagir de forma exagerada ou não", disse fonte da Opep+.



A Opep + tem adicionado 400 mil barris por dia de petróleo (bpd) por mês, reduzindo os efeitos dos cortes recordes do ano passado, quando reduziu em até 10 milhões de bpd para atender à menor demanda causada pelos bloqueios de vírus. A Opep+ tem cerca de 3,8 milhões de bpd de cortes ainda em vigor. Alguns analistas sugeriram que o grupo faça uma pausa com os aumentos após a liberação dos estoques e possíveis repercussões, para a demanda, de novas restrições na tentativa de conter a nova variante.



Na avaliação do Goldman Sachs, "seria de se esperar que a Opep+ pausasse sua aceleração [da produção de petróleo] por pelo menos um mês em vez de manter aumentos até abril de 2022, conforme aponta nossa linha".



Na sexta-feira, os futuros de gás natural acompanharam os preços do petróleo e registraram forte queda com preocupações de desaceleração econômica na Europa. O gás FTT - referência para o mercado europeu - para dezembro fechou em queda de 5% para ? 88,51 por megawatt-hora. Janeiro recuou 4,77% a ? 89,20. No Reino Unido, na Ice Futures, dezembro fechou em queda de 5% a 2,22 libras por 100 mil unidades térmicas britânicas. Janeiro subiu 3,6% a 2,275 libras. O sentimento é, contudo, de que o aprofundamento do inverno e a instável oferta russa deve dar suporte ao mercado nesta semana.


Fonte: Valor Econômico

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