O mercado global de petróleo pede uma expansão significativa da oferta, mas a Opep+ deve fornecer apenas uma parte da demanda atual dos consumidores.
Os preços internacionais do petróleo chegaram a subir para o maior nível em dois anos, acima de US$ 75 o barril, impulsionados pela recuperação da demanda antes impactada pela pandemia. Com previsões de retorno do barril aos US$ 100 e temores de aceleração da inflação, a Agência Internacional de Energia recomendou que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e parceiros cubram o déficit de oferta.
Na reunião da próxima semana, a aliança liderada pela Arábia Saudita e Rússia deve decidir repor um pouco mais da produção retirada do mercado, segundo pesquisa da Bloomberg, e delegados do grupo dizem que as discussões já estão em andamento.
Ainda assim, com o governo de Riade determinado a agir com cautela, especialistas esperam que qualquer aumento deixe o mercado querendo mais.
“O mercado está pegando fogo”, disse Bill Farren-Price, diretor da empresa de pesquisa Enverus. “Os sauditas não parecem dispostos a sinalizar um aumento significativo da oferta. Mas, mesmo se a Opep+ adicionar barris, os preços continuarão fortes.”
A aliança de 23 países repôs cerca de 40% dos quase 10 milhões de barris de produção diária suspensa quando a demanda despencou no ano passado. Os ministros se reunirão no dia 1º de julho para avaliar a próxima etapa.
A Rússia estuda fazer uma proposta para que a coalizão eleve a oferta, e delegados dizem que um aumento em agosto tem sido discutido informalmente. No entanto, várias autoridades do cartel também dizem nos bastidores que elevar a produção agora seria um erro quando o Irã, membro da Opep, está envolvido em negociações que podem resultar em forte aumento das exportações do país.
O ministro de Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, disse na quarta-feira que mantém uma postura cautelosa, mas não descarta agir. Ele reconheceu que a Opep+ tem um papel em “domar e conter” a inflação.
Aumento modesto
Observadores do mercado esperam algum tipo de aumento da produção na próxima semana, com a oferta extra chegando ao mercado em agosto. Todos, exceto dois dos 15 analistas, tradings e refinarias em pesquisa global da Bloomberg News, preveem que a coalizão vai acionar sua considerável capacidade de produção extra.
No entanto, o aumento médio estimado para agosto é de cerca de 510 mil barris por dia, apenas 25% do déficit de oferta global que a própria Opep+ prevê para o mês.
Fonte: InfoMoney