Paridade do etanol sobre a gasolina atinge o maior nível em 5 anos no Sudeste do Brasil

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Paridade do etanol sobre a gasolina atinge o maior nível em 5 anos no Sudeste do Brasil

20/05/2021

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A paridade da gasolina sobre o etanol hidratado no Sudeste do Brasil, principal região consumidora, atingiu o maior nível em cinco anos, ficando acima dos 75%, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) analisados pela S&P Global Platts.

 

Na semana encerrada em 15 de maio, a relação entre o biocombustível e a gasolina na região atingiu 75,08%, ou seja, mais de cinco pontos percentuais acima do limite de 70% que desestimula o consumidor a utilizar o etanol no abastecimento dos carros do tipo flex no Brasil.

 

Segundo um trader de São Paulo, maior estado produtor e consumidor de etanol do Brasil, ouvido pela S&P, embora a relação esteja desfavorável ao etanol, o diferencial absoluto de preços da gasolina e do biocombustível na maioria dos postos do Centro-Sul permanece próximo da marca de R$ 1,00 por litro.

 

"Um diferencial absoluto de preço superior a R$ 1,00/litro ainda estimulará o consumidor a abastecer seus carros com etanol hidratado, embora com um teor energético economicamente desvantajoso", disse.

 

A ANP verificou na última semana que o diferencial absoluto de preços entre os dois combustíveis no Centro-Sul era de R$ 1,39/litro, ou seja, já acima de R$ 1,00, marca psicológica que ainda tende a estimular o consumo do biocombustível.

 

"Com os atuais preços elevados da gasolina e do hidratado, a relação entre o preço do etanol hidratado do Sudeste e a gasolina precisaria subir acima de 80% para causar uma grande mudança na demanda do consumidor em relação à gasolina", disse um corretor do Rio de Janeiro para a S&P.

 

Preços recordes nas usinas

Os altos preços do etanol nas bombas, mesmo em meio ao início da safra de cana-de-açúcar no Brasil, refletem um cenário de valorização do produto nas usinas. A S&P Global Platts levantou que o hidratado do Centro-Sul em 14 de maio estava sendo negociado em R$ 3.695/m³, ou seja, com uma alta de 49,3% até agora em 2021.

 

"Relatórios de oferta em alta, clima seco no Centro-Sul, alto prêmio pela produção de açúcar e economia favorável em relação à gasolina durante a maior parte de 2021 levaram o etanol hidratado a patamares recordes devido aos temores de uma escassez no fornecimento de etanol no curto prazo", destaca a fornecedora de informações de energia e commodities.

 

Como o repasse de preços das usinas ao consumidor pelas distribuidoras tende a levar em média de cinco a 15 dias, o cenário de alta ainda deve ser sentido nos postos brasileiros.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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