Petrobras aprova R$ 43,68 bi em dividendos no 3º trimestre; supera gigantes do setor

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Petrobras aprova R$ 43,68 bi em dividendos no 3º trimestre; supera gigantes do setor

04/11/2022

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O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira, 3, o pagamento de dividendos de R$ 3,3489 por ação preferencial e ordinária em circulação, ou o equivalente a R$ 43,68 bilhões, superando com folga gigantes do setor no Ocidente, segundo cálculos da Reuters.

 

Com isso, os dividendos neste ano já alcançam mais de R$ 100 bilhões, incluindo R$ 62 bilhões pagos no primeiro semestre, contribuindo com as contas do governo federal, o principal acionista da companhia, em ano de eleições presidenciais.

 

Os dividendos anunciados no terceiro trimestre serão pagos em duas parcelas iguais, em 20 de dezembro e em 19 janeiro de 2023, informou a petroleira em fato relevante ao mercado.

 

O valor anunciado pela petroleira neste terceiro trimestre, equivalente a US$ 8,5 bilhões, é mais do que o dobro do aprovado pela Exxon Mobil, que anunciou US$ 3,7 bilhões. Ele também supera os dividendos de companhias como Chevron Corp., Shell, TotalEnergies e BP, que ficaram entre US$ 1,14 bilhão e US$ 2,7 bilhões, segundo dados compilados pela Reuters.

 

No segundo trimestre, os dividendos da Petrobras já tinham superado as chamadas “majors” do setor, com a companhia brasileira sendo beneficiada por alta nos preços do petróleo e custos relativamente mais baixo de extração no pré-sal.

 

Antes da divulgação do resultado do terceiro trimestre, a Petrobras pontuou que o valor proposto está alinhado com a atual política de remuneração aos acionistas da empresa e que é compatível com a sustentabilidade financeira da petroleira no curto, médio e longo prazo.

 

A empresa disse ainda que o dividendo também está em linha com o seu compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas. A União, como acionista majoritária, deve receber a maior parte.

 

Mais cedo nesta quinta-feira, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Anapetro, que representa os petroleiros acionistas minoritários da Petrobras, afirmaram que iriam à Justiça questionar o que eles chamaram de “megadividendo”, caso ele fosse aprovado, argumentando que isso reduz a capacidade de investimento da companhia.

 

A federação afirmou ainda que os dividendos totais do ano devem chegar perto de R$ 180 bilhões, enquanto os investimentos realizados pela estatal em 2022, até junho, somaram “apenas” R$ 17 bilhões.

 

Ao informar sobre o valor aprovado, a Petrobras destacou que no Plano Estratégico 2022-26 os projetos de investimentos solicitados pelas áreas de negócio foram atendidos por apresentar boa resiliência e por serem suportados pela geração de caixa operacional e o fluxo de desinvestimentos, sem efeitos adversos na alavancagem.

 

Dessa forma, a empresa pontuou que “não existem investimentos represados por restrição financeira ou orçamentária e a decisão de uso dos recursos excedentes para remunerar os acionistas se apresenta como a de maior eficiência para otimização da alocação do caixa”.

 

A atual política de remuneração aos acionistas da Petrobras prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos).

 

Além disso, a política também prevê a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que sua sustentabilidade financeira seja preservada.

 

Fonte Marta Nogueira e Rafaella Barros
Com reportagem de Peter Frontini e Ron Bousso

 

Extraído: NovaCana

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