A Petrobras reduzirá o preço médio do diesel vendido às distribuidoras em 8,89%, a partir de quarta-feira, 8, após um recuo das cotações do petróleo na última semana ter deixado os valores da petroleira acima dos mercados internacionais.
Com o ajuste, o preço médio de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,50 para R$ 4,10 por litro, informou a companhia, no primeiro ajuste do combustível fóssil desde que o novo presidente Jean Paul Prates tomou posse no mês passado.
“Essa redução tem como principal balizador a busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional, contemplando as principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos”, disse a companhia.
A empresa acrescentou que sua política de preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente.
No fechamento de segunda-feira, o diesel da Petrobras estava em média 16% acima da paridade de importação, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Já a gasolina da Petrobras, cujo preço foi mantido, estava 6% acima da paridade.
A diferença ocorreu após os preços do petróleo Brent e WTI terem recuado cerca de 8% na semana passada.
Nesta terça-feira, entretanto, a commodity operou em alta pela segunda sessão consecutiva, impulsionada pelo otimismo sobre a recuperação da demanda na China e preocupações com a escassez de oferta após o fechamento de um importante terminal de exportação após um terremoto na Turquia.
“(O ajuste anunciado nesta terça-feira) era mais ou menos esperado, considerando que havia aberto uma janela”, disse o presidente executivo da Abicom, Sérgio Araujo, ponderando, no entanto, que há um viés de alta no mercado internacional.
“Eu acho que a Petrobras poderia ter dado uma redução um pouco menor, considerando que nos próximos dias esse preço deve subir”, adicionou Araujo.
Já o analista de petróleo e derivados da StoneX, Pedro Shinzato, afirmou à Reuters que o corte do diesel da Petrobras foi em linha com as expectativas do mercado.
“A lógica de reajustes parciais, que parece ter sido adotada desde meados de 2022, é totalmente condizente com as condições de mercado, uma vez que temos volatilidade extremamente intensa nos preços internacionais de diesel desde março do ano passado”, disse Shinzato.
O repasse de ajustes da Petrobras nas refinarias aos clientes finais, nas bombas, não é imediato e depende de uma série de questões, como margens de distribuição e revenda, impostos e mistura de biocombustíveis.
Fonte: Reuters
Extraído de NovaCana