O petróleo chegou a cair perto de 4% na manhã de ontem (16), digerindo a situação no Afeganistão, após a retirada de tropas dos Estados Unidos, e depois de dados da indústria e do consumo da China desapontarem.
Por volta de 12h, os preços dos contratos para outubro do Brent, referência global, recuavam 2,11%, a US$ 69,10 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os contratos para setembro do WTI, a referência americana, perdiam 2,33%, a US$ 66,62 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
Em menos de quatro meses, os insurgentes do Talibã tomaram o controle de quase todo o Afeganistão e voltaram à capital, Cabul, 20 anos após serem expulsos pelas forças ocidentais lideradas pelos Estados Unidos. As maiores cidades do país já foram controladas pelo grupo extremista.
A turbulência no Afeganistão entrou para a lista de problemas globais a serem monitorados por investidores. Estrategistas não aguardam um impacto imediato no mercado, mas afirmam que há chance de o país se tornar de novo um terreno fértil para ataques terroristas internacionais. A mudança impacta o petróleo devido à possibilidade de maiores tensões no Oriente Médio.
Hoje, o petróleo ainda cai com os sinais do aceleração mais lenta da economia da China, em meio a novos surtos de covid-19.
Os dados chineses indicaram uma desaceleração da produção industrial do país a 6,4% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de 8,3% de junho e bem abaixo da expectativa dos economistas consultados pelo "The Wall Street Journal", de alta de 7,8%.
Os dados de consumo doméstico foram ainda mais decepcionantes, com o crescimento das vendas no varejo recuando a 8,5% em julho, na comparação anual, de 12,1% do mês anterior, e também ficando bem abaixo da expectativa de consenso, de 11,4%.
Fonte: Valor Investe