Petróleo em máxima de 7 anos tem potencial de alterar mix das usinas de cana na safra 22/23

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Petróleo em máxima de 7 anos tem potencial de alterar mix das usinas de cana na safra 22/23

18/01/2022

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As expectativas para a safra 2022/23 no Centro-Sul do Brasil são mais positivas considerando o cenário climático mais favorável. Apesar disso, a decisão das usinas sobre o mix da nova safra ainda está aberta com oscilações expressivas do petróleo e câmbio.

 

A demanda por combustíveis também é acompanhada pelo setor sucroenergético.

 

Nesta terça-feira (18), os preços do petróleo no cenário internacional registravam máximas de mais de sete anos em meio temores de oferta apertada no mercado global e uma possível interrupção no fornecimento após ataques no Golfo do Oriente Médio.

 

 

"O petróleo tende a se manter elevado. As usinas vão ter um motivo a mais para concentrar o mix no etanol", pontua Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado.

 

Analistas do Goldman Sachs, inclusive, projetam que os preços do petróleo Brent podem superar os R$ 100 o barril, considerando um "déficit surpreendentemente grande", já que há um cenário de demanda com a ômicron menos fragilizado do que se pensava.

 

"Esperamos uma queda ainda maior na produção dos países da Opep+ para cotas ainda menores em 2022, com um aumento de apenas 2,5 milhões de barris por dia na produção esperada para as próximas nove altas", disse o banco em nota.

 

 

O petróleo mais alto tende a dar suporte para os preços da gasolina e, consequentemente, margem para as usinas elevarem os preços do etanol, apesar de possível aumento da procura pelo biocombustível em caso de nível de paridade favorável ao consumidor.

 

Nesse contexto, em meio queda nos preços do açúcar nos últimos meses, saindo de US$ 20 para US$ 18 c/lb na Bolsa de Nova York, as usinas podem rever o mix da nova safra. A Safras & Mercado, por exemplo, já vê um direcionamento da produção para o açúcar de 46% e 54% para o etanol.

 

No início do mês, a estimativa era de 49% para o adoçante e 51% para o biocombustível. A consultoria estima a nova safra do Brasil em moagem de 614 milhões de toneladas de cana, sendo 560 milhões de t no Centro-Sul, 51 milhões no Nordeste e 3 milhões na região Norte.

 

A estimativa é de que o Centro-Sul produza 35 milhões de t de açúcar e exporte 33 milhões de toneladas. Ainda na nova safra, devem sem produzidos 19 bilhões de litros de etanol hidratado e 12 bilhões de litros de anidro.

 

A produção do anidro de milho deve ficar em 1,8 bilhão de litros e do hidratado deve chegar a 2,7 bilhões de litros.

 

O consumo de combustíveis, porém, ainda preocupa muito as usinas desde o início da pandemia da Covid-19. O etanol, por exemplo, está há meses com o nível de paridade acima de 70% na média do Brasil, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

 

"A demanda está no mínimo do mínimo. A gente regrediu pelo menos uns 10 anos em padrão de demanda... Então as usinas devem estar um pouquinho mais focadas para o açúcar, mas é claro que elas não vão chegar e virar toda a chave para o açúcar até porque eles não querem aquela pressão por parte do governo de queda na mistura", pontua Muruci.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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