Os contratos futuros de petróleo registraram forte avanço nesta segunda-feira, 22, com diversos drivers impulsionando a commodity energética durante a sessão. O foco do mercado se volta à perspectiva de recuperação econômica nos Estados Unidos com a aprovação de uma nova rodada de estímulo fiscal, além da situação da produção americana do óleo após a nevasca que parou as atividades de petroleiras no Texas. Um dólar fraco ante concorrentes também contribui para a alta dos preços do petróleo, já que a commodity fica mais barata a investidores que negociam em outras divisas.
O petróleo WTI para abril disparou 4,12% (US$ 2,44) e encerrou a sessão cotado a US$ 61,70 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent com entrega para o mesmo mês fechou em alta de 3,70% (US$ 2,33), a US$ 65,24 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Autoridades do governo americano reforçaram a defesa de um pacote de estímulos fiscais robusto nos EUA. O presidente Joe Biden pressionou nesta segunda-feira parlamentares a aprovarem o projeto que prevê os estímulos, enquanto a secretária do Tesouro, Janet Yellen, argumentou que os EUA tem um espaço fiscal mais amplo no momento por conta dos juros em níveis historicamente baixos em nações desenvolvidas.
O maior entrave à aprovação é a oposição de republicanos ao tamanho do pacote. Segundo disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em coletiva de imprensa nesta segunda, Biden considera a sua proposta de US$ 1,9 trilhão adequada, enquanto o projeto republicano orçado em US$ 600 bilhões estaria "aquém" na visão do presidente americano.
A melhora do cenário da pandemia de covid-19 na Europa, com Alemanha e Reino Unido planejando a retirada das medidas de segurança sanitária, também apoia a leitura de recuperação global da economia e impulsiona a busca por ativos de risco, como o petróleo.
O mercado monitora ainda a capacidade produtiva de petróleo nos EUA em meio à nevasca que paralisou as atividades na região sul do país. A perspectiva de analistas de que os estoques do óleo no país devem sofrer uma queda acentuada em dados referentes à semana passada animou investidores, dando mais impulso aos contratos futuros da commodity energética.
Diante de fatores que apontam para uma alta sustentada do petróleo, o Goldman Sachs decidiu aumentar em US$ 10 a sua projeção para os preços do Brent ao fim do segundo e terceiro trimestres de 2021, para US$ 70 e US$ 75, respectivamente, segundo informou a Dow Jones Newswires.
"A melhora acima do esperado na demanda por petróleo e uma oferta ainda deprimida seguem apoiando a commodity", afirmou o analista do banco, Damien Courvalin.
Fonte: Estadão Conteúdo