O preço do petróleo pode disparar de uma hora para outra, em caso de uma retaliação russa maior, alerta o gestor e sócio fundador da Legacy Felipe Guerra. As declarações foram feitas em evento da Bloomberg, realizado em São Paulo.
“A (inflação) da energia, que achamos que era temporário, está virando permanente. A guerra está se estendendo. Há uma probabilidade alta de a Rússia usar o petróleo como uma arma nessa próxima fase da guerra. Tivemos alguns comentários de que se colocar um teto, vai tirar a produção”, discorre.
Na última quarta-feira (6), horas após a União Europeia anunciar uma nova rodada de sanções à Rússia, o país afirmou, por meio do seu vice premiê, Aleksandr Novak, que não irá enviar petróleo para países que colocarem um teto no preço da commodity.
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“Se tirar a produção, não tem oferta no mercado. A Legacy entende que o petróleo pode explodir de uma hora para outra. Trabalhamos com o petróleo acima de US$ 100 na semana que vem. Há qualquer momento”, diz.
Para ele, basta que a China recupere sua atividade econômica de maneira mais intensa após lockdowns para frear a Covid-19.
“Você tem os Estados Unidos ‘fritando’ 1 milhão de barris (de petróleo) por dia da sua reserva estratégica. E temos a Opep+ falando: não temos petróleo suficiente, o preço que está negociando na tela está errado. Eu não vou vender petróleo a US$ 75, vou vender acima de US$ 100. Essa é a mensagem”, completa.
A Opep concordou na última quarta-feira com o seu corte mais profundo na produção de petróleo desde o início da pandemia de Covid, em 2020, restringindo a oferta em um mercado apertado apesar da pressão dos Estados Unidos e de outros por mais produção.
“A nossa visão é ficar cauteloso. Pode piorar ainda mais esses ativos. A possibilidade de recessão é de 50%. Vamos colher uma recessão na Europa já no fim desse ano. Esse ambiente é para ficar vendido em bolsa“, assinala.
Em pouco menos de um mês, os contratos do petróleo Brent saíram de um patamar de US$ 82 para os atuais US$ 94,08.
Recessão vs petróleo
E uma possível recessão global de maior envergadura poderia puxar os preços do petróleo para baixo?
Guerra diz que certamente sim. Porém, o gestor coloca que a Opep não quer ver a oferta se elevar, ao passo que as petroleiras mundiais dão sinais de que a produção está no limite.
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“E tem os Estados Unidos distorcendo o preço, vendendo reservas estratégicas. E se a demanda cair? A Opep vai cortar mais, isso está bem claro”, prevê.
“Gostamos de fazer essas posições via opção. Não queremos acertar se o petróleo estará US$ 80 ou US$ 90, mas não quero quebrar se ele for para US$ 120. Se for para US$ 120 será um arrastão na economia global”, completa.
Fonte: Money Times