Os preços do petróleo chegaram a recuar mais de 3% nesta segunda-feira, devido a temores de que uma desaceleração da economia mundial possa prejudicar a demanda futura, principalmente em vista da possibilidade de novas elevações de juros por parte de vários bancos centrais, com destaque para o Federal Reserve dos EUA.
Às 11h12 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano cedia 1,26%, a US$ 83,70 por barril, enquanto o petróleo Brent se desvalorizava 1,14%, a US$ 90,21 por barril, no mercado futuro.
Já o contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA recuava 0,34% a US$ 2,40 por galão.
Ambas as referências do petróleo registraram sua terceira semana consecutiva de perdas na semana passada, e a queda se acentuava nesta segunda-feira, com os operadores temendo que um agressivo aperto da política monetária de diversos bancos centrais, em especial do Federal Reserve dos EUA, possa intensificar a desaceleração econômica.
Tanto o Banco Mundial quanto o Fundo Monetário Internacional alertaram, na semana passada, para uma iminente desaceleração econômica mundial no fim de 2022 e em 2023.
Durante o fim de semana, o influente banco de investimento Goldman Sachs (NYSE:GS) cortou suas estimativas de crescimento econômico dos EUA para 2023, dizendo que o produto interno bruto do país aumentará 1,1%, em comparação com a previsão anterior de 1,5%. A projeção para 2022 permaneceu inalterada em 0%.
O banco embasou sua avaliação em uma nova percepção de término das elevações das taxas de juros nos EUA, antes da reunião de política monetária desta semana no país. O banco elevou a previsão da taxa dos fundos federais em 75 pontos-base (pb) nas últimas duas semanas para uma taxa terminal de 4% a 4,25% no fim de 2022.
A situação ficou ainda pior na Europa, com o Bundesbank dizendo, na segunda-feira, que os sinais de uma recessão na maior economia do continente estavam se tornando mais evidentes, após uma significativa deterioração das condições de oferta.
Mesmo assim, o Banco Central Europeu elevou sua taxa de juros em 75 pb na semana passada, e o Banco da Inglaterra, o Banco Nacional da Suíça e o Norges Bank da Noruega devem seguir seus passos, com grandes aumentos de juros nesta semana.
Devido à grande redução do fornecimento de energia da Rússia para a Europa, os governos da parte ocidental do continente divulgaram novas medidas, na segunda-feira, a fim de lidar com uma possível escassez energética no inverno.
O ministro da indústria da Espanha, Reyes Maroto, afirmou que estava sendo cogitada a possibilidade de forçar a parada de empresas que fazem uso intensivo de energia durante os picos de consumo neste inverno, caso seja necessário.
O que estava aumentando a pressão era a valorização da moeda americana, com o índice dólar, que compara a divisa a uma cesta de outras seis moedas, negociado em perto de níveis que não eram vistos há 20 anos.
Isso faz com que o petróleo, que é denominado em dólares, fique mais caro para compradores estrangeiros.
O que deu algum alívio na segunda-feira foi a notícia de flexibilização das restrições contra a Covid-19 na China, em especial na cidade de Chengdu, a maior a registrar lockdowns após os bloqueios em Xangai no início do ano, após duas semanas de restrições.
Esses lockdowns prejudicaram a perspectiva de demanda no segundo maior país consumidor de energia do mundo.
Fonte: Investing.com