Os futuros de açúcar negociados na ICE fecharam em baixa nesta sexta-feira, 23. Os preços da commodity estenderam a liquidação acentuada de quinta-feira e caíram para uma baixa de dois meses, gerando pressão de venda técnica.
Em Nova York, o contrato do produto bruto com vencimento em julho teve queda de 0,75 centavo de dólar, ou 3%, para 24,18 centavos de dólar por libra-peso. Já em Londres, o contrato do açúcar branco para agosto caiu US$ 16,60, para US$ 657,30 por tonelada.
O açúcar caiu acentuadamente na semana principalmente devido às previsões de clima mais quente no Brasil, que reduziram as chances de geadas prejudiciais. Os futuros também sofreram pressão após a divulgação de que as importações de açúcar da China em maio caíram 86,6% na comparação anual, para 40 mil toneladas. A China é a maior compradora de açúcar do mundo.
Outro fator baixista vem da safra de açúcar em curso no Brasil. Em 13 de junho, a União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica) informou que a produção brasileira de açúcar aumentou 37,7% no acumulado da safra 2023/24 até 1º de junho, para 6,97 milhões de toneladas, e que a porcentagem de cana-de-açúcar direcionada para a fabricação do adoçante subiu para 46,88%, ante 40,5% no mesmo período do ano passado.
Ainda assim, os preços do açúcar se sustentam nas preocupações de que o fenômeno El Niño possa prejudicar a produção global. Em 8 de junho, o Centro de Previsão do Clima dos EUA disse que as temperaturas da superfície do Oceano Pacífico equatorial ficaram 0,5°C acima do normal e os padrões de vento mudaram a ponto de atender aos critérios do El Niño.
Normalmente, o El Nino traz fortes chuvas para o Brasil e seca para a Índia, impactando negativamente a produção de cana-de-açúcar. A última vez que o El Nino trouxe seca às safras na Ásia foi em 2015/16, o que fez com que os preços disparassem.
Fonte: Barchart
Extraído de NovaCana