Preço nos postos: Etanol e gasolina registram queda pela primeira vez em semanas

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Preço nos postos: Etanol e gasolina registram queda pela primeira vez em semanas

29/03/2021

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Os destaques sobre o preço do etanol na semana de 21 a 27 de março:

 

- Preço médio da gasolina nas cidades pesquisadas caiu 0,73% e o do etanol, 2,80%

- Na média nacional, o valor do combustível renovável correspondeu a 73,3% do preço de comercialização do fóssil

- O consumo de etanol não é economicamente vantajoso em todos os estados o país

- O biocombustível novamente caiu nas usinas de São Paulo, Mato Grosso e Goiás

- O levantamento de preços da ANP foi realizado em 190 municípios, três a mais do que na semana anterior.

 

Depois de 13 semanas, no caso da gasolina, e de nove, no do etanol, o preço médio dos combustíveis nas bombas dos postos caiu entre 21 e 27 de março. Os dados são do levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

 

Em relação ao combustível fóssil, a redução pode ser um reflexo dos cortes dos preços nas refinarias realizados pela Petrobras. Por mais que a relação não seja direta, o movimento era esperado – e desejado – pelos consumidores, que vinham investindo valores expressivos para o abastecimento.

 

Na semana, o preço da gasolina caiu 0,73% e ficou em R$ 5,551 por litro.

 

Já em relação ao renovável, as flutuações nas bombas afetam mais rapidamente as usinas, que vêm registrando queda nas últimas semanas. Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP, o hidratado caiu 15,84% em São Paulo, 10,98% em Mato Grosso e 11,73% em Goiás, após diversos aumentos.

 

Assim, o preço médio do renovável para abastecimento ficou em R$ 4,067/L após a queda de 2,8% no comparativo semanal.

 

Com essa maior redução para o etanol, a relação média entre os preços dos combustíveis caiu 2,01% e ficou em 73,3% – ainda acima do limite comercialmente estabelecido como competitivo para o etanol, de 70%, mas mais próximo dele e o menor valor do mês.

 

É importante reiterar que estas comparações não são exatamente precisas, já que o levantamento da ANP ainda não está sendo realizado em todas as cidades brasileiras.

 

Na semana analisada, foram pesquisados os postos de 190 municípios, três a mais do que os do período anterior. Desta forma, a comparação semanal segue comprometida, uma vez que o número de localidades pesquisadas muda a cada análise.

 

Variações nos estados

 

Na semana de 21 a 27 de março, os preços do etanol subiram na média dos postos de nove estados do país e caíram em 17 e no Distrito Federal. Já a gasolina só não apresentou queda em sete estados.

São Paulo, maior produtor e consumidor de etanol no país, segue registrando o menor valor médio do renovável na análise e o único abaixo dos R$ 4,00/L: R$ 3,852/L. No comparativo semanal, a queda de 3,24% no valor de comercialização foi uma das maiores.

 

Como a gasolina caiu menos, 0,19%, a relação entre os preços dos combustíveis foi para 72,6%, ainda acima do limite comercialmente estabelecido em 70% e desfavorável para o etanol. Na semana, a pesquisa foi feita em 52 cidades paulistas, uma a menos do que na anterior.

 

Minas Gerais, por sua vez, novamente apresentou a menor relação entre os preços dos combustíveis no país, apesar de ainda acima do limite: 71,6%. Isso se deve à queda de 2,82% no preço do etanol, que ficou em R$ 4,10/L, enquanto a gasolina caiu 0,76%. O número de municípios mineiros participantes da pesquisa se manteve em 15.

 

Já Goiás apresentou a segunda relação menos desfavorável para o etanol do país, 71,9%, uma melhoria em relação à análise anterior. Isso se deve à expressiva queda no preço do biocombustível, de 5,98% – a segunda maior dentre os estados –, que chegou a R$ 4,154/L. Como a gasolina caiu menos, 1,42%, a relação entre os valores favoreceu o renovável. O número de municípios pesquisados no estado subiu para sete.

 

Mato Grosso também registrou queda na relação entre os preços dos combustíveis, que ficou em 73,3%, graças à maior redução para o etanol, de 1,85%, chegando a R$ 4,082/L, do que para a gasolina, de 0,66%. A quantidade de cidades participantes do levantamento no estado subiu para cinco.

 

Mato Grosso do Sul apresentou queda similar no valor de comercialização do renovável, de 1,86%, ficando em R$ 4,231/L. Como a gasolina caiu um pouco menos, 1,03%, a relação entre eles melhorou ligeiramente, ficando em 74,8%, mas ainda acima da linha estabelecida.

 

A pesquisa segue sendo realizada em apenas três cidades sul-mato-grossenses: a capital Campo Grande, em Dourados e em Ponta Porã.

 

Já o Paraná, dentre os principais produtores do etanol no país, segue apresentando a pior relação entre os preços dos combustíveis, mesmo que menor do que na semana anterior, com 76,2%. A redução no indicador se deve à queda de 3,37% para o renovável, que ficou em R$ 4,066/L – o segundo menor valor do país –, enquanto a gasolina caiu 0,43%. No estado, o número de cidades pesquisadas se manteve em 12.

Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.

 

Comparação comprometida

 

Após mais de dois meses em pausa, o levantamento de preços nos postos voltou a ser realizado semanalmente no final de outubro de 2020. Ainda assim, as comparações entre as análises não são precisas, já que o número de municípios pesquisados vem mudando semanalmente, conforme já era previsto pela ANP.

 

Entre 21 e 27 de março, 190 cidades foram pesquisadas, três a mais do que no período anterior. O levantamento inclui todas as capitais. Além disso, algumas localidades deixaram de ser pesquisadas no comparativo semanal, mudando o número de participantes em alguns estados.

 

Apesar da progressão no número de cidades, o total está bem abaixo do objetivo divulgado pela ANP: 459. A agência vem demonstrando dificuldades em cumprir com o esperado em relação ao levantamento desde a pausa, quando tinha uma expectativa de data de retomada que não foi atingida e atrasou mais de um mês.

 

Com este retorno gradual, os números seguem não correspondendo à média dos postos dos estados como ocorria antes da pausa. A comparação semanal também deve ser observada com cautela, já que a amostra pode aumentar ou diminuir semanalmente.

 

Fonte: Nova Cana

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