Pela terceira semana consecutiva, os preços do etanol e da gasolina caíram na média dos postos brasileiros, conforme números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Entre 21 e 27 de maio, o valor médio do biocombustível reduziu 3,8%, de R$ 3,99 por litro para R$ 3,84/L. Já o de seu concorrente fóssil diminuiu 3,7%, de R$ 5,46/L para R$ 5,26/L. A retração pode ser atribuída à queda de R$ 0,40/L no valor da gasolina A vendida às distribuidoras, conforme anunciado pela Petrobras na metade do mês.
Com isso, o renovável segue em desvantagem comercial. De acordo com a ANP, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil nos postos foi de 73% na média nacional, inferior aos 73,1% de uma semana antes. Ainda assim, o índice supera o limite considerado economicamente vantajoso para o biocombustível, de 70%.
Os valores correspondem a um levantamento feito pela ANP em 430 cidades, incluindo a maioria das capitais brasileiras.
Nas médias estaduais, o etanol é competitivo somente em Mato Grosso.
Variações nos estados
Nas usinas paulistas, o etanol hidratado saiu de R$ 2,4619/L para R$ 2,5282/L. A alta foi de 2,7%, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Além disso, houve aumento de 1,4% nas produtoras goianas e queda de 2,6% nas mato-grossenses.
Em relação ao valor nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa foi feita em 430 cidades, uma a menos do que na semana anterior.
Segundo a ANP, de 21 a 27 de maio, os preços do etanol caíram em 21 estados e no Distrito Federal, subiram em três e ficaram estáveis em dois. Já os da gasolina tiveram baixa em todas as unidades da federação.
Em São Paulo, o biocombustível teve redução de 3,6%, custando R$ 3,72/L em média. Já a gasolina foi vendida a R$ 5,13/L, baixa de 3,8% no comparativo semanal. Com isso, a relação entre os preços ficou em 72,5%; o resultado não é economicamente favorável ao renovável.
Já em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 3,85/L, queda de 5,4%. A gasolina, por sua vez, caiu 4,7%, para R$ 5,27/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 73,1%, desfavorável ao etanol ainda que abaixo ao do período anterior.
Por sua vez, Minas Gerais registrou uma queda de 4,4% no preço médio do etanol, para R$ 3,73/L, enquanto a gasolina reduziu 4%, para R$ 5,06/L, em média. Desta forma, o renovável custou o equivalente a 73,7% do preço do combustível fóssil, permanecendo sem competitividade.
Em Mato Grosso, o preço médio do etanol caiu 4,3% para R$ 3,59/L – o menor valor entre todos os estados. No período, a gasolina baixou 4,7% para R$ 5,24/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 68,5%, índice acima ao de uma semana antes, quando era de 68,2%, mas ainda a relação mais vantajosa para o biocombustível do país.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol caiu 4,2%, para R$ 3,84/L. A gasolina, por sua vez, caiu 4,4%, para R$ 4,94/L. Assim, o valor biocombustível correspondeu a 77,7% do preço de seu concorrente fóssil, em um índice acima do observado uma semana antes e na mais alta relação dentre os seis principais estados produtores de etanol do país.
Por fim, no Paraná, o biocombustível custou o equivalente a 77,1% do preço da gasolina. No período, o renovável caiu 3,1%, para R$ 4,13/L, enquanto a gasolina baixou 3,2%, para R$ 5,36/L.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Ausência de dados
No ano passado, os dados estaduais de preços dos combustíveis referentes à semana de 18 a 24 de setembro não foram divulgados pela ANP e, portanto, não puderam ser comparados. Isso ocorreu, conforme a agência, por conta do fim do contrato com a empresa que realizava o levantamento de preços de combustíveis, em 13 de setembro.
Nas semanas de 25 de setembro a 1º de outubro e de 2 a 8 de outubro, foram divulgados números apenas das capitais brasileiras. Nos períodos subsequentes, outras cidades passaram a elencar a pesquisa, sendo que o levantamento mais recente totalizou 430 municípios.
Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma prevê um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril deste ano, algo que não foi cumprido.
Fonte: NovaCana