Os destaques sobre o preço dos combustíveis na semana de 2 a 8 de outubro:
Os preços do etanol caíram em 12 capitais e no Distrito Federal; já os da gasolina tiveram redução em 16 capitais
O consumo de etanol é considerado economicamente vantajoso em Cuiabá (MT), Goiânia (GO), São Paulo (SP) e João Pessoa (PB)
O valor do hidratado teve aumento nas usinas paulistas, mato-grossenses e goianas
Levantamento de preços da ANP foi realizado somente nas capitais brasileiras
Os preços do etanol voltaram a subir na média nacional após 22 semanas consecutivas em baixa – portanto, está é a primeira alta desde abril. Já os preços da gasolina entram na 15ª semana seguida de retração.
De 2 a 8 de outubro, o biocombustível passou de R$ 3,37 por litro para R$ 3,40/L, alta de 0,9%. Já a gasolina foi de R$ 4,81/L para R$ 4,79/L, uma diminuição de 0,4%.
Os valores foram divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Pela segunda semana consecutiva, os números correspondem apenas às capitais brasileiras.
Conforme analistas ouvidos pela Folha de S. Paulo, a desaceleração do ritmo de queda da gasolina é reflexo da ausência de reduções de preços nas refinarias, em um cenário de petróleo mais caro. Além disso, os repasses dos cortes de impostos aprovados no fim de junho também já chegaram integralmente ao consumidor.
A Petrobras vem sendo pressionada pela campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) a não repassar as altas dos preços internacionais para o consumidor até a realização do segundo turno das eleições, em 30 de outubro. Pelo menos é o que foi sinalizado a membros da diretoria da petroleira na última semana.
De acordo com a ANP, com a alta do etanol e a baixa da gasolina, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil nos postos foi de 71%, acima do resultado de uma semana antes, de 70,1%, e superior ao limite considerado economicamente vantajosa para os consumidores, de 70%.
Nas capitais, por sua vez, o renovável se manteve competitivo em Cuiabá (MT), São Paulo (SP), Goiânia (GO) e João Pessoa (PB).

Nas usinas paulistas, o etanol hidratado saiu de R$ 2,4999/L para R$ 2,5975/L. O aumento foi de 3,9%, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Da mesma forma, houve um incremento de 5,3% nas produtoras goianas e de 3,1% nas mato-grossenses.
Variações nas capitais
Após uma semana sem divulgar os dados estaduais dos preços dos combustíveis, a ANP voltou a apresentar alguns números em 1º de outubro, porém, este é o segundo levantamento que contempla somente as capitais brasileiras.
Segundo a ANP, de 2 a 8 de outubro, os preços do etanol caíram em 12 estados e no Distrito Federal, subiram em 11, ficaram estáveis em dois e não puderam ser comparados em Macapá (AP). Já os da gasolina tiveram redução em 16 capitais, subiram em sete, ficaram estáveis em quatro e também não puderam ser comparados em Macapá (AP).

Em São Paulo (SP), o biocombustível teve um incremento de 1,6%, custando R$ 3,26/L em média. Já a gasolina foi vendida a R$ 4,69/L, redução de 0,2%. Com isso, a relação entre os preços ficou em 69,5%, economicamente favorável ao renovável, mas acima da vista uma semana antes, quando foi de 68,3%.
Já em Goiânia (GO), o etanol foi comercializado a R$ 3,25/L na média, baixa de 2,4% no período analisado; enquanto isso, a gasolina caiu 2%, para R$ 4,83/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 67,3%, favorável ao biocombustível e abaixo do período anterior, de 67,5%.
Por sua vez, Belo Horizonte (MG) registrou um acréscimo de 0,3% no preço médio do etanol, que foi comercializado a R$ 3,36/L. A gasolina passou por uma retração de 0,2%, para R$ 4,7/L, em média. Desta forma, o renovável custou o equivalente a 71,5% do preço do combustível fóssil, com o etanol ainda sem competitividade e com a relação superior a uma semana antes, quando era de 71,1%.
Em Cuiabá (MT), o preço médio do etanol teve uma aumento de 5,7%, indo para R$ 2,97/L – o menor valor entre todas as unidades da federação e o único abaixo de R$ 3/L. No período, a gasolina teve uma alta de 1%, passando a custar R$ 4,84/L.
Com isso, a relação entre os preços ficou em 61,4%, com o etanol se mantendo economicamente vantajoso ao consumidor. Esta também é a menor relação entre os preços dos combustíveis dentre todas as capitais, ainda que tenha aumentado dos 58,7% no comparativo com o período anterior.
Já em Campo Grande (MS), o etanol subiu 0,9%, ficando em R$ 3,39/L. A gasolina, por sua vez, ficou estável em R$ 4,66/L. Assim, o biocombustível custou o equivalente a 72,7% do preço de seu concorrente fóssil, superior aos 72,1% da semana anterior.
Por fim, em Curitiba (PR), o biocombustível custou o equivalente a 78,3% do preço da gasolina, a mais alta relação dentre as capitais dos seis principais estados produtores de etanol do país. No período, o renovável teve uma baixa de 0,3%, sendo vendido por R$ 3,89/L na média estadual, o valor mais alto entre os maiores produtores do biocombustível. Já a gasolina teve uma baixa de 0,2%, para R$ 4,97/L.

Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Ausência de dados
Os dados estaduais de preços dos combustíveis referentes à semana de 18 a 24 de setembro não foram divulgados pela ANP e, portanto, não puderam ser comparados. Isso ocorreu, conforme a agência, por conta do fim do contrato com a empresa que realizava o levantamento de preços de combustíveis, em 13 de setembro.
O contrato de um ano com a empresa Análise e Síntese Pesquisa e Marketing terminou sem que fosse cumprido o número de cidades total acordado inicialmente: 459. O valor seria atingido após oito etapas, divididas ao longo dos meses, já que a contratação previa uma expansão gradual das amostras.
Desde a semana de 25 de setembro a 1º de outubro, a agência divulgou números apenas das capitais brasileiras. Não fica claro se a análise já corresponde ao levantamento feito a partir da nova empresa contratada pela ANP para realização das pesquisas. Entretanto, a agência divulgou previamente que a vigência do contrato começaria em 26 de setembro.
Fonte: NovaCana