A produção de açúcar da principal região produtora do Brasil pode saltar para um recorde de 43,1 milhões de toneladas na temporada 2024/25, apesar da menor oferta da safra de cana, estimou a consultoria Datagro nesta sexta-feira, 12.
A fabricação de açúcar do Centro-Sul brasileiro provavelmente aumentará porque as usinas planejam priorizar a produção do adoçantem que é mais lucrativo em relação ao etanol, disse o diretor da Datagro, Guilherme Nastari, à Reuters.
O aumento da produção de açúcar ajudaria o maior produtor mundial a suprir o déficit de oferta dos outros dois grandes produtores – Índia e Tailândia. E isso poderia limitar os ganhos nos preços globais do açúcar.
De acordo com Nastari, a produção de açúcar da Índia deve ficar abaixo do consumo pela primeira vez em sete anos. A redução das plantações pode até forçar o segundo maior produtor mundial a importar no próximo ano.
A consultoria espera que a Tailândia produza de 8 milhões de toneladas a 8,5 milhões de toneladas de açúcar no ano 2023/24, uma queda de cerca de 25% em relação à temporada anterior.
A moagem de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil pode cair para 620 milhões de toneladas na temporada 2024/25 (abril a março), abaixo do recorde estimado de 649,25 milhões de toneladas projetadas para 2023/24, disse Nastari, no intervalo de uma conferência sobre açúcar.
Mas ele espera que as usinas destinem mais cana para o açúcar do que para o etanol, ajudando o setor a produzir um recorde de 43,1 milhões de toneladas do adoçante em 2024/25, disse.
A produção de açúcar da região Centro-Sul do Brasil deverá atingir uma máxima histórica de 42,23 milhões de toneladas em 2023/24.
Apesar de uma recente correção nos preços do açúcar, o adoçante ainda registra melhores retornos do que o etanol, e é por isso que a Datagro espera que 52,4% da safra de cana de 2024/25 seja destinada ao açúcar, acima dos 49% em 2023/24.
Como resultado, a produção de etanol de cana pode cair para 31 bilhões de litros em 2024/25, contra 32,96 bilhões de litros neste ano, disse Nastari.
Por sua vez, a produção de etanol de milho pode aumentar para 7 bilhões de litros em 2024/25, em comparação com os 5,9 bilhões de litros deste ano, completa.
Fonte: Reuters
Extraído de NovaCana