O economista Peter Schiff usou a plataforma X ontem à noite para comentar a desvalorização do dólar, que se aprofundou na quinta-feira, depois de já ter recuado bastante na noite anterior em reação à reunião considerada branda do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Ele chamou a atenção para o fato de que “o Índice Dólar ficou abaixo de 102 pela primeira vez desde agosto”, e projetou que uma “forte queda para 90 é iminente”, estimando inclusive que “quando o Fed iniciar seu primeiro corte de juros planejado, poderá estar em 80”.
Ele também questionou se “o Fed conseguirá cortar os juros com um dólar tão fraco”. Vale lembrar que, após a reunião de quarta-feira, a probabilidade de o comitê de política monetária do Fed reduzir seus juros em março de 2024 saltou para 85%, antes de recuar para cerca de 70% nesta sexta-feira de manhã, ante menos de 50% antes do encontro. Além disso, os mercados de juros futuros mostram que o mercado espera mais de três cortes no próximo ano.
Em uma mensagem anterior, ele também destacou que “o BCE está agora mais hawkish [rígido] que o Fed”, enfatizando que “enquanto o Fed está preocupado com a inflação ficando muito baixa, o BCE está preocupado com uma possível aceleração”, e prevendo que “isso desencadeará uma alta do euro frente ao dólar, aliviando as pressões inflacionárias na Europa, mas intensificando-as nos Estados Unidos”.
De fato, o Banco Central Europeu surpreendeu ontem, em contraste com o Fed, ao considerar que a inflação ainda está muito elevada, e ao ressaltar que suas decisões continuam dependendo dos dados.
Por fim, em outro post também publicado ontem, o economista comentou as vendas no varejo dos EUA divulgadas na quinta-feira, apontando que “o motivo pelo qual as vendas no varejo subiram 0.3% é que os preços aumentaram mais do que os dados oficiais indicam”.
Ele acrescentou que “o crescimento das vendas no varejo não é um sinal de uma economia forte onde os consumidores podem comprar mais, mas de uma economia inflacionária onde eles são obrigados a pagar mais para comprar menos.”
De fato, é importante destacar que as vendas no varejo dos EUA não são corrigidas pela inflação e, portanto, incorporam o aumento dos preços, com um consumo real que é, no máximo, estável.
Fonte: Investing.com