Safra 2022/23 está “muito boa” e moagem pode superar previsão, diz Orplana; preço preocupa

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Safra 2022/23 está “muito boa” e moagem pode superar previsão, diz Orplana; preço preocupa

25/10/2022

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O CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), Roberto Perosa, disse que a safra 2022/23 caminha bem, com previsões de que a moagem possa superar o previsto no início da temporada, passando de 520 milhões de toneladas para 550 milhões de toneladas.

 

No entanto, ponderou ele, a remuneração do produtor está muito abaixo de abril, quando a safra começou. “A safra está muito boa, o que nos preocupa é o preço”, disse Perosa nos bastidores da 22ª Conferência Internacional Datagro sobre açúcar e etanol, realizada em São Paulo.

 

Sobre o adiamento do prazo de atendimento das metas de descarbonização de 2022 para setembro de 2023, o CEO da Orplana disse que foi “um baque” para os produtores. A mudança ocorreu no meio deste ano, quando o preço de cada Crédito de Descarbonização (CBio) superava R$ 200,00 e o Ministério de Minas e Energia (MME) tentava conter o avanço dos preços dos combustíveis no país.

 

“Entendemos o momento político que resultou no adiamento, mas [a postergação] prejudica a remuneração dos produtores”, afirmou ele.

 

Perosa reforçou que o setor negocia com o governo para que o prazo de adiamento das metas 2022 seja retomado para março de 2023.

 

As negociações de CBios estão estagnadas, afirma Perosa. “Apesar de o preço estar bem abaixo, está sem liquidez. Queremos devolver a liquidez ao mercado”, disse.

 

Ao Broadcast Agro, o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS) e do Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mario Campos Filho, afirmou que a desaceleração das negociações dos títulos ambientais de 2022 não tende a comprometer o futuro do mercado de CBios e as metas a serem definidas para 2023 não devem ser reduzidas em relação ao patamar médio de cerca de 42 milhões de títulos.

 

Segundo ele, a nova meta deve considerar a disponibilidade de créditos e a perspectiva de geração dos títulos. Entre os fundamentos capazes de alterar esse cenário está a previsão de cobrança de PIS/Cofins para combustíveis fósseis, diz Campos Filho.

 

O governo federal já sinalizou, na proposta de orçamento para 2023, querer manter as alíquotas zeradas, o que tende a reduzir o diferencial competitivo de etanol ante os equivalentes fósseis. "Se o governo tem vontade de manter a isenção (de PIS/Cofins), precisa mudar a Constituição”, defendeu Campos Filho.

 

Fonte: NovaCana/ Gabriela Brumatti

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