A safra de cana-de-açúcar do Mato Grosso do Sul, que iniciou no dia primeiro de abril, deve atingir 53,1 milhões de toneladas na safra 2024/25, crescimento de 1,34% em relação a safra 2023/24, quando a companhia bateu seu recorde de moagem, atingindo a moagem de 52,4 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados durante a abertura da Expocanas, uma das maiores feiras do setor sucroenergético, realizada em Nova Alvorada do Sul (MS).
Em um ciclo de recuperação de produtividade e condições climáticas favoráveis, sem ocorrência de geadas, o processamento de 52,4 milhões de toneladas da matéria-prima, foi 17,4% maior em relação à temporada anterior (2022/23). A produção de etanol atingiu 3,8 bilhões de litros (+15%) e de açúcar 2,2 milhões de toneladas (+50,9%). A energia elétrica produzida a partir da biomassa da cana também apresentou saldo positivo, chegando a 2 milhões de MWh (+8,6%) exportados para a rede nacional.
Em 2024/25, a expectativa é de uma produção de 4,5 bilhões de litros de etanol, 2,5 milhões de toneladas de açúcar e 2,5 milhões de MWh de bioeletricidade.
A entidade considerou na projeção novas unidades que devem entrar em operação ainda em 2024, aumento na participação de etanol de milho e portfólio de bioenergia com novos produtos, como biogás e biometano.
A apresentação foi feita pelo presidente da Biosul, Amaury Pekelman, que destacou a consolidação do Estado no ranking nacional de produção de bioenergia. “Mato Grosso do Sul se mantém entre os principais players do setor, sendo o quarto maior produtor de cana e de etanol, o quinto de açúcar e ainda o quarto maior exportador de bioeletricidade para o sistema”, destacou.
Segundo Pekelman, o setor está em sua terceira fase de expansão no Estado e projeto salto de produção ainda mais significativo para os próximos ciclos. “A tendência é crescer cada vez mais junto, com um trabalho de longo prazo. Pelas projeções que estamos fazendo, o Mato Grosso do Sul nas próximas duas safras pode ser o segundo maior produtor de etanol no Brasil. E isso mostra que o Governo está olhando para novas tecnologias e redução de carbono”, afirmou Pekelman.
Além dos dados de produção, o presidente da entidade que representa o setor de Bioenergia fez um panorama do setor e os impactos positivos na economia do Estado. Atualmente, são 19 indústrias bioenergéticas em operação no Estado. A atividade é responsável por injetar mais de R$ 1,2 bilhões em massa salarial no Estado e representa 16,5% no PIB Industrial. “Geramos cerca de 30 mil empregos diretos e terceirizados e estamos presentes em mais de 40 municípios, gerando oportunidade de trabalho, capacitação de profissionais, renda e desenvolvimento local”, ressaltou.
O Governador do Estado, Eduardo Riedel, reforçou em sua fala o compromisso em proporcionar um bom ambiente institucional para que o Estado avance na produção de energia limpa e renovável. “Da nossa parte, estamos assumindo o compromisso de reduzir a alíquota de ICMS sobre o biometano de 17% para 1,8%, para estimular o setor de bioenergia no Estado e torná-lo cada vez mais competitivo. O posicionamento estratégico do Mato Grosso do Sul diante do Brasil e do mundo está focado em segurança alimentar, transição energética e sustentabilidade ambiental”, anunciou.
Investimento Biogás e Biometano
Nova Alvorada do Sul receberá cerca de R$ 350 milhões em investimentos para a produção de biogás e biometano. O anúncio foi feito pelo CEO da Atvos, Bruno Serapião, que assinou um memorando da companhia para a primeira unidade de biometano a partir de resíduos da cana-de-açúcar.
A Atvos, associada da Biosul, é uma das maiores produtoras de etanol do País e possui três unidades em operação em Mato Grosso do Sul, sendo responsável por mais de 4 mil empregos.
“A implantação da fábrica de biometano na Unidade Santa Luzia (USL) marcará a entrada da Atvos no mercado de gás natural de origem renovável, com o diferencial de produzi-lo em larga escala para atender uma demanda que não para de crescer. Ao mesmo tempo, ampliamos nosso portfólio de soluções sustentáveis, e, sobretudo, contribuímos efetivamente para a transição da matriz energética, seguindo um conceito de economia circular, ao darmos destino e gerarmos novas receitas a partir de resíduos da nossa cadeia de produção”, reforçou Serapião. O projeto passará por avaliação e a expectativa é que as obras na Unidade Santa Luzia sejam iniciadas ainda em 2024.
Fonte: RPANews