Safra de cana 2022/33 terá preços estáveis e mais gastos, alerta Pecege

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Safra de cana 2022/33 terá preços estáveis e mais gastos, alerta Pecege

15/03/2022

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Uma safra de custos de produção elevados e preços estáveis em relação ao ciclo passado: este é um breve panorama do que espera os produtores de açúcar e etanol na temporada que irá se iniciar oficialmente em abril. O cenário foi detalhado pelo Instituto de Pesquisa e Educação Continuada em Economia e Gestão (Pecege) durante o primeiro Expedição Custos Cana de 2022.

 

Segundo o economista do instituto, Haroldo Torres, a safra 2022/23 irá “subir meio degrau em termos de preços, para não dizer que caminha para a estabilidade”. É um alerta para que os usineiros fortaleçam o controle e a gestão dos gastos com produção, com foco na recuperação e produtividade dos canaviais. “Isso leva a uma diluição do custo fixo, garantindo entrega de margem positiva”, declara.

 

Torres destaca que muitas usinas perceberam que precisam maximizar o nível de utilização da capacidade instalada da indústria, com a expansão baseada em novas variedades. Para isso, é necessário priorizar o manejo, olhando para insumos e para processos que estimulem a longevidade e produtividade dos canaviais, além de buscar o aumento do açúcar total recuperável (ATR).

 

O economista ainda relembra que a destilação de etanol, que foi crescente entre 2017/18 e 2019/20, caiu nas duas temporadas posteriores. “Viemos ladeira abaixo na produção de etanol, principalmente pela valorização dos preços do açúcar no mercado internacional”, detalha.

 

Além disso, o ciclo 2021/22 teve o pior desempenho da década em decorrência principalmente da seca, das geadas e dos incêndios – e as usinas irão carregar as consequências para a safra que se inicia. “Estamos com o canavial atrasado em praticamente um mês. No final da segunda quinzena de março, já teríamos usinas iniciando a sua safra. Mas o calendário foi deslocado para a metade final de abril”, diz.

 

Outra questão para o rol de problema dos produtores são canaviais com bastantes falhas, especialmente por conta dos incêndios. Desde outubro, com a intensificação de chuvas, houve um aumento substancial das ervas daninhas em uma lavoura que ainda não tinha se formado completamente.

 

“Temos que começar a fazer uma oração para o final da safra. A preocupação fica com a primavera. Se for chuvosa e as usinas não conseguirem colher a cana, há o risco de precisar bisar”, acrescenta, referindo-se à prática de deixar para colher a cana apenas na temporada seguinte.

 

Para ele, o planejamento de colheita desta temporada está “muito comprometido e bagunçado” em razão dos desafios vistos na safra passada.

 

Fonte: NovaCana

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