Safras & Mercado: Açúcar cristal se mantém firme no físico apesar da queda de Nova York

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Safras & Mercado: Açúcar cristal se mantém firme no físico apesar da queda de Nova York

08/08/2022

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Redução na oferta de cristal em São Paulo ocorreu diante de maior produção de VHP para exportação ao longo de julho, com câmbio desvalorizado no Brasil e favorável aos embarques externos; Agosto deve ter alta forte nos preços. O mercado físico de açúcar para o cristal com até 150 Icumsa, teve um mês de julho marcado por preços moderadamente mais altos frente ao mês imediatamente anterior, quando as médias passaram de R$ 128,19 para R$ 128,24 de junho para julho.



Apesar disto, no ano, frente aos preços deflacionados do ano anterior, o comparativo mostrou uma queda de pouco mais de 4%. Esta dicotomia entre o comparativo anual e o frente ao mês anterior mostrou um mercado relativamente engessado ao longo de julho na faixa dos R$ 129 a saca. Porém, ainda na última semana do mês, os preços internos apresentaram um forte movimento de valorização, atingindo R$ 131 a saca, patamar que permanece até agora.



O vetor principal desta valorização foi a forte centração do mix nas usinas para a produção de etanol hidratado. Depois disto, o mix que se destinava ao açúcar iria quase em sua integralidade para o VHP, destinado ao mercado internacional, com um forte movimento de exportação que até então aproveitava os níveis mais desvalorizados do real frente ao dólar.



Apesar disto a SAFRAS & Mercado alerta que para agosto os preços devem se manter firmes na faixa de R$ 131 a saca. Isto porque, depois de passado o cenário de escassez de oferta diante de um mercado mais exposto ao VHP, os agentes deverão se voltar para a redução sazonal da safra 2022/23 do Centro-Sul.



Os dados mais recentes de produção da Unica, mostram que a safra corrente 2022/23 do Centro-Sul deverá atingir seu ápice produtivo entre a segunda metade de julho e a primeira de agosto. Depois disto o mercado deverá encontrar níveis cada vez menores de produção ao longo das quinzenas subsequentes. Esta redução na disponibilidade de oferta de cana diminuirá a produção de todos os derivados, entre eles, o cristal.



Logo, a SAFRAS & Mercado alerta que o próximo suporte de preços deve ocorrer diante dos fundamentos e não mais sobre a via cambial ao longo do segundo semestre de 2022. Mesmo assim, caso as pressões de risco político se elevem nas proximidades de outubro, a desvalorização cambial deve novamente se mostrar presente no mercado, elevando os preços do açúcar cristal através de um novo aumento dos embarques externos.


Mauricio Muruci
Analista pela Safras & Mercado, atua há 12 anos em análise econômica e de mercados agrícolas
Fonte: UDOP

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