O mercado do açúcar encerrou esta sexta-feira (28) com ganhos expressivos na Bolsa de Nova York e leves em Londres, mas que favoreceram um acumulado de mais de 4% no terminal norte-americano. O suporte vem da safra brasileira, das expectativas da demanda e financeiro.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou valorização de 1,40%, cotado a US$ 17,36 c/lb, com máxima de 17,69 c/lb e mínima de 17,20 c/lb. Enquanto que o tipo branco em Londres saltou 0,46%, negociado a US$ 459,60 a tonelada.
Na semana, os lotes com vencimento em julho/21, em NY, acumularam ganhos de 4,14%.
"O Sistema Meteorológico Nacional dos EUA (NWS, em inglês) emitiu hoje um alerta de emergência de água para o Brasil central e disse que o déficit é "severo"", segundo reporte da fornecedora de informações de commodities Barchart em referência ao fechamento do açúcar.
Além disso, a previsão do tempo nos próximos dias mostra que a maior parte da região central do Brasil receberá pouca chuva de junho a agosto. Dados do Climate Prediction Center (CPC)/NOAA apontam que importantes áreas produtoras do Brasil estão nas duas últimas escalas de seca no Monitor de Seca do centro norte-americano.
Além disso, o mercado recebeu suporte do financeiro no dia com as oscilações do petróleo WTI e Brent. O dólar comercial registrava desvalorização ante o real, o que tende a desencorajar as exportações das commodities, mas dá suporte aos preços.
Também há algum posicionamento dos investidores ante o feriado na próxima segunda-feira (31). A Bolsa de Nova York não funcionará no dia em função do Memorial Day, comemorado nos EUA.
O mercado também monitora a retomada da demanda global pelo adoçante. Na safra 2019/20 (outubro-setembro), por exemplo, houve um recuo de 1,24% no consumo, mas que pode ser minimizado pelos 2,08% em 2020/21, totalizando 173,8 milhões de toneladas, de acordo com a Archer consulting.
"Notamos que a curva de consumo está mudando de inclinação", disse em informativo a consultoria Archer.
Apesar da valorização nos últimos dias, o mercado pode ter encontrado um zona de conforto, sem grandes espaços para novas altas nos atuais fundamentos, já que a quebra de safra no Brasil parece já ter sido precificada no açúcar em Nova York, segundo Rodrigo Martini, consultor sênior em gerenciamento de risco da StoneX.
“Para a gente ter um mercado mais altista, voltando ao patamar acima de US$ 18 c/lb, essa quebra no Centro-Sul teria que vir para próximo de 10%, ou algo nesse patamar, para efetivamente ter um impacto maior no mercado. Atualmente, a gente acredita que com os números que já foram divulgados, temos o mercado de certa forma já precificado”, disse.
Mercado interno
O mercado brasileiro de açúcar finaliza a semana com quedas, após amplas valorizações nos últimos dias. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, recuou 0,41%, cotado a R$ 115,41 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 123,47 a saca, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração disponível o preço FOB cotado a US$ 18,07 c/lb com alta de 2%.
Fonte: Notícias Agrícolas