StoneX - Comentário Semanal - A&E - 05/03/2021

Notícias do Mercado

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StoneX - Comentário Semanal - A&E - 05/03/2021

05/03/2021

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Em semana de mercado lateralizado para o açúcar, o destaque ficou para o dólar e os mercados de petróleo e derivados (consequentemente, o etanol).

Terminou ontem a reunião da OPEP+ que referendou sua intenção de manter o mercado em déficit ao estender os atuais cortes de produção até abril, surpreendendo o mercado (apenas Rússia e Cazaquistão vão aumentar a produção, mas em volume pouco expressivo). A decisão ocorre em um cenário de recuperação da demanda global e de redução de estoques, tendência reforçada nos EUA diante das interrupções provocadas no refino no Texas por causa do frio intenso. Com isso petróleo Brent, que chegou a fazer mínima em US$ 62,38 no começo da semana, se aproximou dos US$ 70/barril nessa sexta-feira. E não há sinais de que a alta possa parar por ai.

Esse movimento ocorre junto com nova rodada de desvalorização cambial. Após romper a importante resistência dos R$ 5,50, o dólar intensificou seu fortalecimento e termina a semana se avizinhando dos R$ 5,70. A consequência disso? Mais pressão inflacionária, com contribuição da alta dos combustíveis para tal. A Petrobras iniciou a semana com anúncio de reajuste de pouco mais de 12 centavos no diesel e na gasolina A e no começo da semana que vem poderemos ver nova remarcação. Espaço já existe (estimamos com mercado de hoje + 15 centavos para o diesel e + 19 centavos para a gasolina), a grande dúvida continua sendo com relação a manutenção da política de preços da Petrobras.

Assim, embora o etanol tenha corrigido um pouco na semana passada, seus preços ainda seguem nas alturas, com hidratado negociado acima de R$ 3,40/l base usina com impostos, mesmo diante da piora do quadro de demanda em decorrência do agravamento da pandemia, e da adoção de medidas de restrição mais severas pelos estados. Entendemos que diante do quadro de demanda mais fraco que se desenha para março e possivelmente abril, os estoques de etanol não deverão ficar tão apertados quanto se imaginava. O que deve segurar quedas do biocombustível é justamente e possibilidade de novas altas da gasolina e não o cenário de O&D. Os preços altos podem ainda pontualmente incentivar algumas unidades a antecipar o início da safra e a priorizar o etanol nas primeiras semanas, o que contribuiria para o aumento da oferta.

E com relação ao açúcar? O mercado ainda digere a entrega mais baixa em NY na tela de Mar’21, aguardando novidades nos fundamentos, como a velocidade das nomeações das exportações do Brasil e como será o início da safra no Centro Sul. A tendência primária do mercado ainda é de alta, apesar da queda observada na semana passada. Novas quedas ainda poderão ocorrer, sem que haja uma reversão desta tendência (principais suportes são as regiões de 16,00 , 15,60 e 15,00 c/lb). Por outro lado, entendemos que o mercado precise de novos fundamentos altistas para voltar a trabalhar acima dos 17 c/lb em NY. Será que um início mais alcooleiro da safra poderia ser um desses fundamentos? Ainda é um pouco cedo para dizer, mas é certo que essas primeiras semanas do ano foram uma pequena amostra do que está por vir em termos de volatilidade nos mercados de açúcar e etanol. E a famosa máxima de que cada safra é uma safra continua sendo mais verdadeira do que nunca...



Fonte: StoneX
 

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