Em semana de correção o mercado de açúcar em NY manteve sua trajetória para testar os suportes seguindo perspectiva de demanda mais retraída, bons prospectos para o início da safra no CS-BR e proximidade do início da moagem. Após máxima de 16,55 c/lb o contrato mais próximo não conseguiu romper essa resistência e acabou apresentando 3 sessões seguidas de desvalorização. Os suportes a serem observados estão a 15,60 e 15,20 c/lb.
Em geral os fundamentos do mercado sinalizam que as máximas do ano podem já ter sido observadas e que, caso os suportes sejam respeitados, poderemos ter um mercado mais lateral entre 15,00 e 16,00 c/lb no curto prazo. Ao longo da safra do CS a expectativa é que as cotações possam se consolidar entre os 14,00 e 15,00 c/lb.
Outro fator que sinaliza essa tendência é a redução da inversão do mercado com spreads entre as telas de 2021 ficando menos positivos. A posição dos fundos especulativos divulgada hoje e referente a terça-feira dia 16 de março pouco variou em relação à semana anterior ficando em cerca de 197 mil lotes.
No mercado interno de açúcar a demanda continua bastante retraída na expectativa de alguma correção dos preços que ao mesmo tempo estão se mantendo fortalecidos dado a pedida de preços pelas usinas. Já o etanol migrou de um cenário bem altista com potencial aperto nos estoques para um mercado em queda seguindo a menor demanda gerada pelo “lockdown” bem como a proximidade do início da moagem.
Adicionalmente, as sucessivas quedas dos preços da gasolina no mercado internacional contribuíram para o reajuste de quase R$ 0,15/l na gasolina local e consequentemente menor suporte para o etanol que caiu mais de R$ 0,30/l na semana. A expectativa é que os preços do biocombustível continuem recuando nas próximas semanas com suporte ao redor dos R$ 2,85/l, mas que irá depender da tendência do mercado internacional de gasolina e do câmbio, além do volume ofertado pelas usinas no início da moagem.
No cenário econômico, a perspectiva de aumento das taxas de juros no Brasil contribuiu para aliviar a pressão altista do dólar, apesar do cenário político ainda turbulento e o viés externo mais altista por conta da perspectiva de aceleração da inflação nos EUA no médio/longo-prazo. Assim, a moeda norte americana encerrou a semana cotada a R$ 5,49 com queda de R$ 0,06 no período após a máxima de quase R$ 5,68 e a mínima de R$ 5,45. O viés para o câmbio é de uma banda de oscilação entre R$ 5,20 e R$ 5,50 considerando uma melhora no quadro da pandemia no país e ao mesmo tempo mantendo-se indefinição política e a dificuldade do país retomar um crescimento mais acentuado e caminhar com as reformas tributária e administrativa.
Fonte: StoneX