StoneX - Comentário Semanal (25 à 29/01)

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StoneX - Comentário Semanal (25 à 29/01)

01/02/2021

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Encerramos a semana do açúcar em NY com preços andando de lado (Mar-21 terminou a 15,83 c/lb vs. 15,87 c/lb na semana anterior). Tecnicamente o mercado segue lateralizado. Em NY resistências são vistas na região de 16,00 e 16,30 c/lb e uma continuidade do movimento de alta dependeria de rompimento da zona de 16,30 c/lb.  Suporte principal está nos 15,40 c/lb. 
 

A tela mar-21 de Londres destoou das demais, com alta de quase 3% na sexta-feira, levando a uma valorização semanal de mais de 11 dólares. O movimento de Londres levanta a possibilidade de maior apetite recebedor na bolsa à medida que nos aproximamos da expiração deste contrato no próximo dia 12. Lembramos que na última expiração, em dezembro, houve robusta entrega física de 618 mil tons, que em nossa visão contribuiu para o movimento de alta iniciado em meados de dezembro.
 

A alta do Londres pode estar ligada a menor disponibilidade do produto decorrente de quebras de safra na Europa e Tailândia e também a problemas logísticos para exportação do açúcar branco (LQW) na Índia, onde há relatos de falta de containers. O país tem disponibilidade, mas exportou apenas 70 mil tons LQW até agora vs. 370 mil tons em jan-20 (há que se relativizar esse número, devido ao atraso do anúncio do subsídio de exportação neste ciclo).
 

Ainda na Índia, destacamos a revisão feita pela ISMA, que cortou a produção estimada do país de 31 para 30,2 MMT, com rendimentos abaixo do esperado e maior destinação do caldo à fabricação do etanol. Por outro lado, a demanda tailandesa esse ano deve cair 11%, para 3,15 MMT.
 

No começo da semana, divulgamos revisões de nossas estimativas de safra. Projetamos déficit global de 3,3 MMT (vs. 2,2 MMT na estimativa anterior). Para a safra 21-22 do Centro Sul mantivemos a cana em 590,4 MMT, com ATR de 139,7 kg/t e mix para o açúcar de 45,2%. Produção total de açúcar estimada em 35,5 (-7% na safra) e etanol total em 29,5 bi L (-3%).
 

No mercado de etanol, novo aumento de R$ 0,1006/l no preço da gasolina A, que chegou a R$ 2,13/L em Paulínia, deu sustentação às negociações. É o maior preço da gasolina A desde 18/out/2018. Muitos negócios de hidratado foram fechados a R$ 2,60/l e pedidas na sexta já chegavam a R$ 2,65/l. O otimismo para preços do lado do vendedor prevalece, em vista das vendas aquecidas, expectativa de atraso da safra do Centro Sul e de que o ciclo que se inicia será marcado por aumento de demanda e queda de oferta.
 

Concordamos com essa visão, mas sugerimos ao vendedor cautela com o otimismo exacerbado. A concretização do cenário dourado que se desenha para o ano depende da manutenção de preços elevados da gasolina, e sabemos que o direcional dos preços depende de decisões políticas muitas vezes pouco previsíveis por parte dos países membros da OPEP - além da trajetória do mercado cambial, que por sua vez segue permeado por dúvidas.
 

A esse respeito, destacamos a importância da eleição no Congresso semana que vem para a trajetória do dólar. Eventual vitória dos nomes aliados a Bolsonaro, seguida por sinalizações positivas quanto ao andamento da agenda de reformas poderiam trazer alívio ao mercado e abrir espaço para valorização do real, embora hoje este cenário pareça um pouco otimista para aqueles mais vividos.

 

Fonte: StoneX 

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