As taxas dos títulos públicos operam em queda na manhã desta sexta-feira (1). Nos prefixados, as taxas recuam até 19 pontos-base, enquanto nos papéis de inflação a baixa é de até 8 pontos-base. É uma reversão do movimento observado ao longo da semana, quando as remunerações aumentaram.
Segundo Igor Cavaca, gestor da Warren Asset Management, parte deste movimento ainda está associado à publicação do PCE (índice de preços do consumo, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, que veio abaixo do esperado e mostrou uma redução no consumo no país. Trata-se de uma métrica de inflação acompanhada de perto pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) para embasar suas decisões de política monetária. “Isso pode levar a uma política monetária contracionista menos intensa do que o previsto, com efeitos positivos para o Brasil”, afirma.
Em compensação, Cavaca destaca que começa a haver uma “abertura da curva IPCA” – o que corresponde a uma elevação da taxas de juros reais, descontando a inflação – especialmente nos prazos mais curtos. O movimento, segundo ele, está diretamente relacionado à aprovação da PEC dos Auxílios, com uma série de itens adicionais que implicam em expansão fiscal neste ano, o que pode impactar os níveis inflacionários até 2024, segundo o gestor.
Atenção ainda para os dados da balança comercial de junho às 15h. As projeções do mercado esperam um superávit de US$ 9,994 bilhões. Nos Estados Unidos, investidores aguardam o PMI da indústria de junho e o indicador ISM.
Dentro do Tesouro Direto, a maior queda era do título prefixado de curto prazo. O Tesouro Prefixado 2025 oferecia, às 9h24, um retorno anual de 12,73%, abaixo dos 12,92% registrados ontem.
Já o Tesouro Prefixado 2029 apresentava uma rentabilidade anual de 12,85% nesta manhã, abaixo dos 12,96% da sessão anterior.
O Tesouro Prefixado 2033 voltou a negociar, após quatro dias suspenso por conta do pagamento de cupom semestral.
Nos títulos atrelados à inflação, a maior baixa nas taxas era do Tesouro IPCA+ 2026. O título público oferecia um ganho real de 5,64%, inferior aos 5,72% oferecidos ontem.
As taxas recuavam entre 2 e 8 pontos-base.
Fonte: InfoMoney