Tesouro Direto: de olho na inflação dos EUA e na regra fiscal, juros abrem o dia em alta; IPCA+ vai a 6,06%

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Tesouro Direto: de olho na inflação dos EUA e na regra fiscal, juros abrem o dia em alta; IPCA+ vai a 6,06%

10/05/2023

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O destaque desta quarta-feira (10) está no cenário internacional. A inflação ao consumidor dos Estados Unidos veio em linha com o esperado. O CPI, na sigla em inglês, subiu 0,4% em abril, segundo consenso da Refinitiv, informou o Departamento do Trabalho, após alta de 0,1% em março. Já na base anual, a alta foi de 4,9%, ante expectativa de 5%.

 

Aqui no Brasil, a produção industrial voltou a subir em março, após dois meses seguidos de retração. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados hoje, a produção subiu 1,1% ante fevereiro, acima da projeção do consenso Refinitiv, que era de +0,8%.

 

O relator do projeto que cria o novo arcabouço fiscal, deputado Claudio Cajado, (PP-BA), disse ao Estadão que o esboço de seu relatório sobre o assunto está pronto e que agora espera devolutivas do Poder Executivo para poder avançar com a tramitação.

 

Outro destaque de hoje é uma pesquisa (Genial/Quaest), que indica que 68% dos investidores esperam que Banco Central reduza Selic até setembro. A maioria dos representantes do mercado concorda com a decisão do Banco Central sobre juros e “confia muito” em Roberto Campos Neto, presidente do BC.

 

No Tesouro Direto, na primeira atualização do dia às 9h19, os juros dos títulos públicos apresentavam alta. O piso dos prefixados, o Tesouro Prefixado 2026, oferecia retorno de 11,54%, maior do que os 11,52% da terça-feira (9). Entre os títulos atrelados à inflação, o IPCA+2029 entregava juro de 5,57%, superior aos 5,52% da véspera. O valor do IPCA+2045 era de 6,06%, ligeiramente superior aos 6,03% de ontem.

 

Os títulos do Tesouro RendA+, criados neste ano para os investidores que priorizam a aposentadoria, registravam alta também nas taxas. O Tesouro RendA+ 2045 oferecia retorno de 6,02% ao ano, superior aos 6% da sessão anterior.

 

Inflação ao consumidor EUA

O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% em abril, em linha com as estimativas, segundo consenso da Refinitiv, informou o Departamento do Trabalho, após alta de 0,1% em março.

 

Já na base anual, a alta foi de 4,9%, ante expectativa de 5%.

 

Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram em abril devido ao aumento dos custos da gasolina e dos aluguéis, enquanto o núcleo da inflação permaneceu forte com a recuperação dos preços dos veículos motorizados usados, potencialmente garantindo que o Federal Reserve mantenha a taxa de juros elevada por um tempo.

 

“Diante deste cenário, acreditamos que a batalha não está vencida. Ao nosso ver, a inflação no país está desacelerando, mas alguns grupos merecem atenção. Os recentes episódios no sistema financeiro parecem, de certa forma, controlados, porém podemos ver alguma volatilidade pela frente caso haja novos casos”, afirma o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung. Ele diz que o mercado de trabalho precisa dar mais sinais de arrefecimento.

 

“O Fed deve evitar qualquer tipo de movimento brusco para bloquear algum ruído ou perda de credibilidade. De qualquer forma, esperamos o fim do ciclo em breve, mas é possível que tenhamos uma nova alta até o fim do ano, chegando a 5,25% – 5,50% a.a. E, o juro deverá permanecer no pico por um bom tempo, até que a inflação dê sinais de convergência para meta de longo prazo, 2% a.a.”, completa Sung.

 

Produção industrial

A produção industrial brasileira voltou a subir em março, após dois meses seguidos de retração. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (10), a produção subiu 1,1% ante fevereiro, acima da projeção do consenso Refinitiv, que era de +0,8%.

 

Foi a primeira alta registrada desde outubro do ano passado (+0,3%), que foi seguida por queda de 0,1% em novembro, estabilidade (0,0%) em dezembro e recuos de 0,3% em janeiro e de 0,2% em fevereiro.

 

O resultado para o trimestre de janeiro a março de 2023 ainda é negativo em 0,4%, mas no acumulado nos últimos 12 meses chegou à estabilidade (0,0%), após uma sequência de 10 meses no campo negativo.

 

Arcabouço fiscal

O relator do projeto que cria o novo arcabouço fiscal, deputado Claudio Cajado, (PP-BA), disse ao Estadão que o esboço de seu relatório sobre o assunto está pronto e que agora espera devolutivas do Poder Executivo para poder avançar com a tramitação.

 

“Espero que até o final do dia eu tenha retorno das conversas feitas ontem no Palácio do Planalto”, disse ele durante entrevista à GloboNews. “É possível que possamos entregar amanhã (quinta, 11)”, afirmou, acrescentando que também aguarda os desdobramentos de negociações com os partidos PSB e PSD que acontecerão hoje.

 

“Se os encaminhamentos derem espaço para que concluamos o relatório até o final da noite, é possível que a gente divulgue na quinta-feira. Mas o timing para a disponibilidade do relatório vai estar atrelado à votação em plenário”, disse Cajado. “Se Lira quiser votar na próxima semana, podemos disponibilizar na quinta-feira”, afirmou, referindo-se ao presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL).

 

Pesquisa Selic

A segunda rodada da pesquisa “O que pensa o mercado financeiro”, realizada pela Quaest por encomenda da Genial Investimentos, divulgada nesta quarta-feira (10), mostrou que há uma ampla maioria de investidores institucionais que concordam com a posição do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em manter a taxa básica de juros (a Selic) em 13,75%.

 

De acordo com o levantamento, realizado entre os dias 4 e 8 de maio (portanto, logo após a última reunião do comitê), 91% dos entrevistados consideram a decisão de política acertada − um leve recuo de 4 pontos percentuais em comparação com o levantamento anterior, realizado em março. Já os que discordam com a decisão foram de 5% para 9%.

 

Para 88% dos investidores institucionais consultados, a Selic será reduzida ainda neste ano. Os outros 12% discordam. A maioria dos entrevistados (68%) acredita que o início do afrouxamento monetário ocorrerá até o fim do terceiro trimestre: 9% acreditam que o movimento ocorrerá até junho, 34% até agosto e 25% não depois de setembro. Outros 20% apontam novembro como o marco, e 1%, dezembro.

 

Por outro lado, a pesquisa Genial/Quaest mostrou que caiu de 62% para 51% o grupo dos que consideram o atual patamar de 13,75% a taxa de juros ideal para o Brasil hoje. Já os que dizem ser um percentual menor saltaram de 30% para 45% em dois meses. E aqueles que acreditam que o ideal seria uma taxa ainda mais elevada recuaram de 8% em março para atuais 4%.

 

Avaliação de Haddad

Recém completados 150 dias desde sua indicação para comandar o Ministério da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad (PT) passou a contar com maior simpatia do mercado financeiro em comparação com dois meses atrás. É o que mostra pesquisa Genial/Quaest com 92 representantes de fundos de investimentos com sedes em São Paulo e no Rio de Janeiro.

 

Segundo o levantamento, a melhora na reputação do ministro, no entanto, não foi suficiente para subverter a percepção negativa da maioria dos agentes econômicos sobre seu trabalho à frente de uma das pastas mais importantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

O estudo mostra que as avaliações positivas da Faria Lima e do Leblon sobre a gestão de Haddad mais que dobraram de março para cá, passando de 10% para 26% dos entrevistados.

 

No mesmo período, as impressões negativas oscilaram negativamente em 1 pontos percentual, para 37% – mesmo patamar das avaliações regulares, que no último levantamento haviam somado 52%.

 

Biden

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, revelou que considera não ir à reunião do G7, caso o país esteja próximo de um acordo sobre o teto da dívida. A declaração aconteceu durante coletiva de imprensa, após reunião entre Biden e líderes do Congresso americano na terça-feira (9).

 

Comentários de Biden, do presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, e outras autoridades que participaram da reunião sugerem que o impasse entre o partido governista e a oposição permanece sem avanços significativos. Os líderes devem se reunir novamente na sexta-feira (12), para continuar com as negociações.

 

À imprensa, Biden ressaltou que “está certo” de que o default pode ser evitado, mesmo com o curto espaço de tempo para chegar a um acordo. O Departamento do Tesouro americano estima que, se o teto não for elevado, o país corre o risco de não conseguir cumprir obrigações financeiras a partir de 1º de junho, configurando caso inédito de default.

 

 

Fonte: InfoMoney

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