Em dia de agenda fraca no Brasil, as atenções permanecem voltadas para o exterior nesta sexta-feira (22). Assim como ocorre com a maior parte dos rendimentos oferecidos por títulos do Tesouro americano (Treasuries), os retornos dos papéis do Tesouro Direto apresentam queda na tarde de hoje.
O ajuste em boa parte da curva futura americana ocorre um dia depois que as taxas dos Treasuries atingiram o valor mais alto em mais de uma década.
Ontem, o rendimento do papel com vencimento em dez anos terminou em 4,482%, enquanto o juro de 20 anos avançou para 4,750%. Hoje, por volta das 13h (horário de Brasília), os retornos oferecidos pelos papéis estava em 4,442% e 4,716%, respectivamente.
O avanço nos últimos dias é reflexo do anúncio feito pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) de que irá manter os juros em patamar restritivo por mais tempo.
Na última quarta-feira (20), os dirigentes do Fed também sinalizaram que esperam mais uma alta nos juros até o fim do ano, o que elevaria as taxas para a faixa entre 5,50% e 5,75% ao ano.
Investidores monitoram ainda os dados do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos Estados Unidos, que teve ligeira queda, de 50,2 em agosto para 50,1 em setembro, atingindo assim seu nível mais baixo em sete meses, segundo dados preliminares divulgados hoje pela S&P Global.
No Tesouro Direto, por volta das 13h, o maior recuo nos juros era registrado pelos títulos prefixado 2026 e 2029, que entregavam um retorno de 10,25% e 11,08%, nessa ordem, abaixo dos 10,28% e 11,11%, respectivamente, vistos na véspera.
Já entre os papéis atrelados à inflação, a maior contração era do Tesouro IPCA+2045, que oferecia um ganho real de 5,73% no mesmo horário, percentual abaixo dos 5,80% registrados na sessão anterior.
Paralisação do governo dos Estados Unidos
Além de dados de atividade, investidores acompanham desdobramentos em torno da tentativa fracassada do presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, de retomar sua agenda de gastos. Republicanos bloquearam pela terceira vez uma votação sobre gastos com defesa, aumentando o risco de uma paralisação do governo em apenas 10 dias.
A Câmara dos Deputados votou por 216 a 212 contra o início do debate de um projeto de lei de US$ 886 bilhões sobre apropriações de defesa em meio à oposição de um pequeno grupo de republicanos conservadores de linha dura.
Isso representou um revés para McCarthy na manhã seguinte à reunião de sua frágil maioria de 221 a 212 deputados por duas horas e meia em busca de um consenso sobre a legislação para evitar a quarta paralisação do governo em uma década, a partir de 1º de outubro.
Fonte: InfoMoney