Tesouro Direto: piso dos juros entre títulos de inflação cai para 5,17% após IPCA desacelerar

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Tesouro Direto: piso dos juros entre títulos de inflação cai para 5,17% após IPCA desacelerar

07/06/2023

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Com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) vindo, mais uma vez, abaixo das expectativas, a rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto cai nesta quarta-feira (7). A taxa do Tesouro IPCA+ 2035 caía à mínima desde janeiro do ano passado.

 

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a inflação oficial do Brasil manteve em maio a tendência de desaceleração, com variação de 0,23% ante abril. Em 2023, a alta acumulada é de 2,95%. Já nos últimos 12 meses, o índice é de 3,94%. Em maio de 2022, a variação da inflação havia sido de 0,47%.

 

O dado veio abaixo o esperado pelos analistas de mercado. O consenso Refinitiv esperava inflação de 0,33% no mês e de 4,04% na comparação anual.

 

O economista André Perfeito avalia que, apesar de positivo, o indicador não fará o Banco Central cortar a Selic já na próxima reunião, no dia 21. “O que espero é ver sinalizações claras na próxima ata de que há espaço para algum afrouxamento monetário no segundo semestre, e isso já vai ajudar – e muito – o humor empresarial e a retomada da economia”, avalia.

 

No campo político, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da reforma tributária, disse ontem que pretende votar a reforma na Câmara no início de julho.

 

Diante do otimismo com a perspectiva de queda da Selic, a rentabilidade real do Tesouro IPCA+ 2035 caía para 5,28% ao ano, o menor patamar de abertura desde 4 de janeiro de 2022. O piso dos títulos de inflação, com vencimento em 2029, entregava rentabilidade real de 5,17% ao ano. Na última atualização da véspera, a taxa do papel era de 5,24%.

 

Nos títulos mais longos, a queda era da mesma magnitude: a taxa do Tesouro IPCA+ 2055 caía de 5,56% na véspera para 5,49% na abertura de hoje. No Tesouro IPCA+ 2045, a queda era de 5,67% para 5,59% ao ano.

 

A sessão também é de queda na rentabilidade dos prefixados. O título com vencimento  em 2026 entregava rentabilidade anual de 10,50% ante 10,60% da véspera. No Tesouro Prefixado 2029, a queda era de 10,93% para 10,85% e no Prefixado 2033, de 11,10% para 11,02%.

 

IPCA é surpresa positiva

O IPCA de maio mostrou que a tendência da inflação é declinante. Em fevereiro, o indicador chegou a 0,84% na leitura mensal, recuando para 0,71% em março e 0,61% em abril. Na comparação anual, o indicador vem recuando desde abril do ano passado, quando atingiu um pico de 12,13%.

 

A leitura dos núcleos também traz otimismo com o grupo de Alimentação e bebidas desacelerando de alta de 0,71% em abril para 0,16% em maio. Este é o grupo com maior peso no índice.

 

Os grupos de Transportes (-0,57%) e de Artigos de residência (-0,23%) foram os únicos a registrar queda. No primeiro, os destaques foram os recuos nos preços das passagens aéreas (-17,73%), além do resultado de combustíveis (-1,82%), por conta das quedas do óleo diesel (-5,96%), da gasolina (-1,93%) e do gás veicular (-1,01%).

 

Reforma tributária votada em julho

O relator da reforma tributária disse, nesta terça-feira (6), que a Câmara dos Deputados pretende votar o projeto antes de entrar em recesso. Segundo o deputado, a ideia é votar em Plenário a primeira fase da reforma, que pretende simplificar a tributação sobre o consumo, na primeira semana de julho.

 

O parlamentar divulgou ontem o relatório do grupo de trabalho que passou os últimos três meses discutindo a proposta. O texto ainda não representa o parecer definitivo, mas apresenta diretrizes e pontos de consenso que orientarão o substitutivo a ser votado. Esse substitutivo unificará as duas propostas sobre o tema paradas na Câmara e no Senado.

 

O principal ponto do relatório é a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unificará os seguintes tributos: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), arrecadados pela União; o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de responsabilidade dos estados; e o Imposto sobre Serviços (ISS), administrado pelos municípios.

 

 

Fonte: InfoMoney

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