Depois de uma semana repleta de emoções, os mercados globais amanhecem no campo positivo nesta sexta-feira (17). Isso por conta do alívio visto na sessão anterior, com Credit Suisse e o First Republic Bank recebendo ajuda financeira para evitar uma crise no setor bancário.
Investidores aguardam pela reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano) na próxima semana para saber quais serão os rumos da política monetária após os estrondos provocados pelos bancos.
Por aqui, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentará o novo arcabouço fiscal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) hoje, momento muito esperado pelos investidores.
Outro ponto de atenção é a taxa de desemprego no Brasil, que ficou em 8,4%% no trimestre móvel encerrado em janeiro (acima do esperado), praticamente estável em relação à desocupação verificada em outubro (8,3%). Em dezembro, a taxa era de 7,9%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e foram divulgados pelo IBGE.
Toda a expectativa que cerca a sexta-feira se reflete no Tesouro Direto. Na primeira atualização do dia, às 9h19, os juros dos prefixados apresentavam alta. O maior retorno era oferecido pelo Tesouro Prefixado 2033, com 13,26% ao ano, acima dos 13,16% de quinta-feira (16). O piso era entregue pelo Tesouro Prefixado 2026, com 12,44% ao ano, superior ao 13,39% da sessão anterior.
Já os títulos atrelados à inflação mostraram poucas diferenças com relação ao fechamento de ontem. O Tesouro IPCA+ 2045 oferece retorno de 6,51% ao ano, igual ao da sessão anterior, .
Haddad apresenta detalhes da nova regra fiscal para Lula
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (17), às 15h, para apresentar os detalhes da nova âncora fiscal que substituirá o teto de gastos. Após a apresentação, caberá ao presidente Lula definir a data de divulgação do projeto. Haddad disse na quarta-feira (15) não saber definir se as medidas serão divulgadas antes ou depois da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nas próximas terça (21) e quarta-feira (22).
Copom
Na quarta-feira (22) acontece a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que vai definir se haverá aumento ou manutenção da taxa Selic, que está hoje em 13,75% ao ano. “A próxima reunião acontece em meio a um contexto macroeconômico delicado. Por um lado, a última leitura do IPCA registrou aceleração da inflação e deterioração da composição mostrando uma alta de preços mais resiliente. Mas, de outro lado, há um cenário de crédito complexo aqui e lá fora”, afirma Antonio van Moorsel, estrategista-chefe e sócio da Acqua Vero.
Segundo ele, isso proporciona ao Copom um novo argumento técnico para defender a redução da taxa de juros e ao mesmo tempo atender ao desejo do governo, sem que se possa dizer que o Banco Central se dobrou às pressões políticas.
“É possível a interpretação de que o colapso dos dois bancos pode apertar as condições financeiras, desacelerando a inflação e a economia global. Além disso, na esfera fiscal há outros fatores que corroboram a sinalização de cortes da Selic. Por exemplo a retomada de tributos sobre combustíveis ainda que parcial”.
Desta forma, destaca van Moorsel, a expectativa para a decisão é a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano e uma sinalização do Banco Central de iniciar o corte da taxa ao longo dos próximos meses, a depender dos desdobramentos macroeconômicos.
Taxa de desemprego
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 8,4%% no trimestre móvel encerrado em janeiro, praticamente estável em relação à desocupação verificada em outubro (8,3%). Em dezembro, a taxa estava em 7,9%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e foram divulgados nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado ficou um pouco acima do esperado pelo mercado, que previa uma taxa de desocupação de 8,3%, segundo o consenso Refinitiv.
A taxa do período de novembro a janeiro é a menor registrada pelo IBGE desde 2015. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, houve queda de 2,9 pontos porcentuais.
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam com leve alta nesta manhã de sexta-feira, depois que os principais bancos de Wall Street prometeram um depósito de US$ 30 bilhões no First Republic Bank em uma tentativa de aumentar a confiança no sistema bancário. O grupo de 11 bancos, incluem JPMorgan Chase & Co, Citigroup Inc, Bank of America Corp e Wells Fargo & Co. Cada um contribuirá com US$ 5 bilhões, enquanto Morgan Stanley e Goldman Sachs Group. Inc. contribuirão com US$ 2,5 bilhões. Outros bancos colocarão o restante.
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam com alta, seguindo a recuperação observada nos mercados dos EUA e da Europa após o anúncio de socorro financeiro ao Credit Suisse e o First Republic Bank.
Na China continental, o índice de Shanghai fechou em alta de 0,73%, encerrando o dia em 3.250,54 pontos, depois que a China anunciou que o presidente Xi Jinping visitará a Rússia na próxima semana.
O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 1,81%, liderando os ganhos na região e o Hang Seng Tech saltou 4,59%, com ajuda das ações da empresa de mecanismos de busca Baidu, que subiu mais de 15%.
Europa
Os mercados europeus operam com alta na sessão de hoje, após o Credit Suisse e o First Republic Bank receberem ajuda financeira para evitar uma crise no sistema financeiro global.
Depois Banco Central Europeu elevar a taxa de juros em 50 pontos-base na véspera, o CPI de fevereiro na zona do euro é destaque por lá. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 8,5% em fevereiro na base anual. O consenso Refinitiv previa alta de 0,8% na base mensal e 8,5% na base anual.
Fonte: InfoMoney