Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ 2045 cai para 6,50% com crise bancária e regra fiscal

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Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ 2045 cai para 6,50% com crise bancária e regra fiscal

16/03/2023

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A crise dos bancos, que movimenta os mercados no mundo todo, registra um episódio “positivo”: o Credit Suisse anunciou, na noite desta quarta-feira (15), que pretende exercer a sua opção de tomar empréstimos de até 50 bilhões de francos suíços (US$ 53,68 bilhões) do Banco Nacional Suíço, por meio de uma linha de empréstimo coberta e uma linha de liquidez de curto prazo.

 

Os problemas com o banco suíço, assim como o que aconteceu com o Silicon Valley Bank, levantam uma grande questão, que são os juros, não só no Brasil, como também na Europa e Estados Unidos.

 

A decisão sobre juros do Banco Central Europeu já é conhecida: apesar da crise bancária, o Banco Central Europeu subiu, nesta quinta-feira (16) a taxa de juros em 0,50 pp, para 3,50% ao ano, como esperado.

 

No Brasil ainda se aguarda o novo arcabouço fiscal, que está agora nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar detalhes da nova âncora fiscal ao presidente na sexta-feira (17). Lula sinalizou que a divulgação deve ser feita antes de sua ida à China, prevista para o fim deste mês e que deverá contar com a presença de Haddad.

 

Outro destaque local é o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), que teve alta de 0,05% em março, ante taxa de 0,02% em fevereiro informou nesta quarta-feira (15) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

Na primeira atualização do Tesouro Direto, os juros de todos os títulos públicos apresentam queda. Entre os prefixados, o maior retorno é oferecido pelo Prefixado 2033, com 13,12% ao ano, abaixo dos 13,21% registrados nesta quarta-feira, diferença de 9 pontos-base (0,9 ponto percentual).

 

O IPCA+2045, que na véspera tinha juro de 6,53%, hoje oferece retorno de 6,50%. O título em questão chegou aos 6,58% ao ano ontem, o maior retorno já oferecido pelo papel, que começou a ser negociado em 2017.

 

 

IGP-10 e IPA

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) teve alta de 0,05% em março, ante taxa de 0,02% em fevereiro informou nesta quarta-feira (15) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com esse resultado, o índice acumula alta de 0,12% no ano e de 1,12% em 12 meses. O dado de março ficou em linha com do consenso Refinitiv, que apontava para inflação de 0,05% na comparação mensal. Em março de 2022, o índice havia subido 1,18% no mês e acumulava elevação de 14,63% em 12 meses.

 

Já o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,07% em março. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de -0,14%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais variaram de 0,20% em fevereiro para 0,31% em março.

 

A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -0,04% para 5,68%. O índice relativo a Bens Finais, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,35% em março. No mês anterior, a taxa foi de 0,04%.

 

“Armistício”

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), elogiou, na noite da quarta-feira, o modelo do Banco Central independente. Lira também disse que o momento atual exige um “armistício”, em referência às tensões entre o governo e a autoridade monetária.

 

“Já coloquei publicamente que o modelo do BC independente é adequado e correto. Quem cuida da autoridade monetária brasileira, da taxa básica de juros, perspectiva de inflação e protege nossa moeda é o Banco Central. É bom para o País e é bom para o governo”, afirmou Lira, em entrevista à GloboNews.

 

O presidente da Câmara disse que um clima mais tranquilo pode contribuir para o Congresso dar andamento a “matérias que vão dar credibilidade para que a queda dos juros aconteça naturalmente”.

 

Juros Europa

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje manter o ritmo de aperto de sua política monetária, mesmo diante da crise bancária, optando por uma nova alta de 50 pontos-base nas taxas de juros, a exemplo do que já havia feito em dezembro e em fevereiro.

 

A taxa de refinanciamento (a principal) subiu de 3,0% para 3,50%; a taxa sobre depósitos de 2,50 para 3,0%, e a taxa sobre empréstimos marginais de 3,25% para 3,75%.

 

A decisão foi atribuída à projeção de que a inflação deve permanecer muito alta por muito tempo. O BCE comentou que o elevado nível de incerteza reforça a importância de uma abordagem dependente de dados para as decisões de taxa de juros.

 

O Conselho do BCE comentou ainda que está acompanhando de perto as atuais tensões do mercado e que está pronto a responder conforme necessário para preservar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira na zona do euro.

 

Desemprego EUA

Os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos caíram a 192 mil nesta semana, abaixo da expectativa, que era de 205 mil. Na semana passada, os pedidos ficaram em 212 mil (revisados de 211 mil). A média das últimas quatro semanas ficou em 196,50 mil pedidos, ante 197,25 mil nas quatro semanas encerradas sete dias atrás (revisado de 197 mil).

 

 

Fonte: InfoMoney

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