As atenções nesta quarta-feira (13) estão voltadas para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que apresentou números bastante elevados, subindo 1,3% em junho na comparação mensal (valor acima do esperado), e 9,1%, na base anual.
O núcleo de inflação, que exclui alimentos e energia diante da maior volatilidade dos preços, também foi superior ao previsto por analistas, ao avançar 0,7% na comparação anual e 5,9% na anual.
Para Fernando Fenólio, economista-chefe da WHG, os dados reforçam a ideia de que a inflação de serviços está cada vez mais disseminada e que o Federal Reserve (Fed), banco central americano, terá um trabalho duro pela frente para desinflacionar a economia americana.
“O Fed vai ter que continuar subindo a taxa de juros de maneira forte em 75 pontos [0,75 ponto percentual] na próxima reunião e talvez não vai ter espaço para desacelerar esse ritmo tão cedo”, destacou o economista.
Na prática, afirma Fenólio, os números indicam que o dólar deve se manter elevado e sugerem que há uma chance maior de recessão nos Estados Unidos entre 2023 e 2024.
Após a divulgação, os rendimentos oferecidos pelos títulos americanos (treasuries) subiam acima de 2% na maior parte dos casos, com destaque para os vencimentos entre um e três anos. O mercado aguarda ainda a divulgação do Livro Bege, na tarde desta quarta-feira.
Mais um dado de atividade é o destaque da cena local, com a apresentação dos números do varejo de maio, que vieram bem abaixo do esperado pelo mercado ao subir 0,1% na comparação mensal.
Agentes financeiros também acompanham os desdobramentos em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Auxílios, que foi aprovada em 1º turno na Câmara, na véspera (12). A votação dos destaques deve ocorrer nesta quarta-feira.
No Tesouro Direto, os juros oferecidos pelos títulos públicos operam em queda na manhã desta quarta-feira. Apesar do recuo, as taxas oferecidas pelos papéis prefixados seguem acima dos 13%, sendo que o maior retorno é entregue pelo Tesouro Prefixado 2033, com uma taxa de 13,23% ao ano. O percentual está abaixo dos 13,35% vistos ontem (12).
Entre os papéis atrelados à inflação, as taxas reais também seguem acima dos 6% ao ano. Destaque para o Tesouro IPCA + 2055 que oferecia juros reais de 6,30% na primeira atualização da manhã. O valor segue próximo do recorde entregue pelo título, batido nesta semana, de 6,35% ao ano. O percentual, no entanto, é inferior aos 6,32% registrados um dia antes.
Fonte: InfoMoney