O rendimento dos títulos de inflação do Tesouro Direto subiam na manhã desta segunda-feira (23), à medida que os juros de títulos de renda fixa dos Estados Unidos alcançavam máximas desde 2007.
A taxa do título do Tesouro dos EUA (Treasury) de 30 anos subia para 5,13% ao ano na manhã de hoje. Por volta das 10h40, o título de 10 anos pagava 4,97% ao ano, mas chegou a atingir rendimento superior a 5% pela primeira vez desde 2007.
Minutos depois, no entanto, as taxas dos papéis recuaram após o megainvestidor Bill Ackman, fundador e CEO da gestora Pershing Square Capital Management, afirmar que a casa fechou posição vendida nos bonds dos EUA.
Em paralelo, investidores ainda precificam a fala do presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA, Fed) na semana passada. Ele disse que a inflação segue muito alta e que provavelmente será necessário crescimento econômico mais lento para controlar a alta dos preços.
Por aqui, o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central mostrou que a estimativa para o IPCA deste ano caiu de 4,75% para 4,65% na semana. Foi a segunda semana seguida de redução e após o anúncio de redução de preços da gasolina pela Petrobras. A previsão para a inflação de 2024 teve leve queda, de 3,88% para 3,87%. A previsão de inflação para 2025 está em 3,50% há 13 semanas, a mesma estimativa para 2026, que permanece em 3,50% nos últimos 16 Boletins Focus.
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2023 caiu de 2,92% para 2,90% após três semanas de estabilidade. As projeções para 2024 (1,50%), 2025 (1,90%) e 2026 (2%) seguem estáveis.
No Tesouro Direto, o título de inflação com vencimento em 2055 pagava 6,06% ao ano na primeira atualização do dia, às 9h24, ante taxa de 6,05% na sexta-feira (20). A rentabilidade real do Tesouro IPCA+ 2035 subia de 5,89% para 5,91%, enquanto a do Tesouro IPCA+ 2029 avançava de 5,84% para 5,85%.
Nos prefixados, os movimentos das taxas eram mistos. A rentabilidade do Tesouro Prefixado 2026 caía de 11,24% para 11,12%. O juro do título para 2029 recuava de 11,81% para 11,76%. Já a taxa do Tesouro Prefixado 2033 subia de 11,96% para 11,98%.
Câmara deve votar taxação para fundos exclusivos nesta semana
Com a previsão de arrecadar R$ 20 bilhões em 2024, e até R$ 54 bilhões até 2026, a taxação dos investimentos da parcela mais rica da população deverá ser votada nesta terça-feira (24) na Câmara dos Deputados. Desde o último dia 14, o projeto de lei que tramita em regime de urgência tranca a pauta na Casa.
O relator da proposta, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), tenta fechar um acordo com a bancada ruralista sobre o aumento no número de cotistas exigido para manter isenção a dividendos de Fiagros, fundos de investimento em cadeias agroindustriais. O parlamentar também busca definir como ocorrerá o parcelamento do Imposto de Renda sobre fundos exclusivos e uma eventual equiparação de alíquotas entre esses fundos e as offshores (investimentos em empresas no exterior).
Fonte: InfoMoney