Tesouro Direto: taxas sobem em dia de reunião do CMN e batem 10,83% em prefixados; IPCA+ paga 5,68%

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Tesouro Direto: taxas sobem em dia de reunião do CMN e batem 10,83% em prefixados; IPCA+ paga 5,68%

29/06/2023

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Em dia agitado no cenário econômico local, as taxas dos títulos do Tesouro Direto sobem. A quinta-feira (29) tem reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) e indicadores de inflação e emprego como destaques.

 

O evento mais aguardado do dia é a reunião do CMN para estabelecer a meta de inflação de 2026. A expectativa do mercado é que o grupo reafirme as metas de 2024 e 2025, mas altere o horizonte para se atingir o objetivo, conforme sinalizou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (28).

 

Os juros do Tesouro Direto também respondem à alta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre, segundo a estimativa divulgada hoje pelo Departamento de Comércio do país. O resultado ficou cima da estimativa de analistas, uma vez que o consenso Refinitiv apontava para alta de 1,4%.

 

Com isso, o rendimento das Treasuries de 10 anos subia 3,8% nos Estados Unidos. Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos, explica que”isso pressiona a parte mais longa da curva de juros lá fora, o que impacta o mercado brasileiro”.

 

Entre os indicadores locais, o mercado olha para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que voltou a registrar deflação, de 1,93%, em junho. A informação foi divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador há havia recuado 1,84% em maio. A queda foi maior do que a esperada por analistas. Segundo o consenso Refinitiv, os agentes esperavam deflação de 1,70% no mês.

 

 

Já o Índice de Preços ao Produtor (IPP), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recuou 3,07% em maio na comparação com abril. O indicador registrou o quarto mês consecutivo de deflação e retração de 9,20% em 12 meses, a maior da série histórica do índice.

 

Também na manhã desta quinta-feira, o Banco Central publicou seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI), reduzindo as estimativas para o IPCA de 2023 e 2024 e elevando a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

 

As taxas de todos os títulos oferecidos no programa Tesouro Direto sobem nesta quinta-feira. O prefixado com vencimento em 2026 pagava 10,42% ao ano na primeira atualização do dia contra 10,39% ontem. Já o juro do Tesouro Prefixado 2029 tinha alta de 10,77% para 10,83%.

 

A compra do Tesouro Prefixado 2033 segue suspensa por causa do pagamento de juros semestrais na próxima segunda-feira (3). Hoje, o Tesouro Nacional também passou a bloquear os resgates.

 

A rentabilidade real do Tesouro IPCA+ 2029 subia de 5,23% ontem para 5,25% ao ano hoje, enquanto a taxa do Tesouro IPCA+ 2035 saía de 5,33% para 5,34% ao ano. Já o juro do título de inflação com vencimento em 2045 subia de 5,67% para 5,68%, enquanto a rentabilidade do Tesouro IPCA+ 2055 operava estável em 5,57%.

 

Relatório Trimestral de Inflação

No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o Banco Central mostra projeção de avanço de 2% do PIB contra 1,2% no documento de março. A autoridade monetária citou surpresa positiva com a atividade econômica, mas ponderou que a projeção continua refletindo cenário prospectivo de desaceleração da atividade econômica.

 

A projeção para o PIB avançou de 1,2% no Relatório de março para 2,0% no de junho, em razão da surpresa positiva com a atividade econômica no primeiro trimestre. O BC pondera, no entanto, que apesar dessa elevação, a projeção continua refletindo cenário prospectivo de desaceleração da atividade econômica.

 

Já a projeção de inflação para 2023 caiu de 5,8% para 5%, ainda acima do limite superior do intervalo de tolerância (4,75%) da meta de inflação (3,25%) deste ano. Para 2024, a projeção de inflação caiu de 3,6% para 3,4% e para 2025, de 3,2% para 3,1%.

 

IGP-M em queda

Com o resultado de julho, o índice usado nos contratos de aluguel acumula retração de 4,46% no ano e queda de 8,86% em 12 meses. Em junho do ano passado, o indicador teve variação positiva de 0,59% e acumulou alta de 10,70% em 12 meses.

 

A FGV também divulgou hoje que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 2,73%, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve queda de 0,25% no mês. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,85% no mês passado.

 

IPP registra deflação em maio

Após a queda em maio, o Índice de Preços ao Produtor acumula queda de 4,04% no ano. Esta é a menor taxa acumulado no ano já registrada para um mês de maio desde o início da série histórica, em 2014.

 

Em maio, 20 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações negativas de preço quando comparadas ao mês anterior. Em abril, 13 atividades haviam apresentado variações negativas de preço em relação a março.

 

Pedidos de seguro-desemprego caem nos Estados Unidos

O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou hoje que o número de pedidos de auxílio-desemprego teve queda de 26 mil na semana encerrada em 24 de junho para 239 mil. O resultado ficou abaixo da previsão de analistas consultados pela Refinitiv, que era de 265 mil solicitações.

 

A média móvel trimestral de solicitações atingiu 257.500 na semana, uma alta de 1,5 mil ante o dado revisado da semana anterior.

 

TSE retoma julgamento de Bolsonaro

O Tribunal Superior Eleitoral retomou hoje o julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos, mas a apreciação do tema voltou a ser suspensa. O Tribunal julga a conduta de Bolsonaro durante reunião realizada com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. A legalidade do encontro foi questionada pelo PDT.

 

O placar está em 3 a 1 a favor da inelegibilidade de Bolsonaro. A audiência será retomada na sexta-feira (30), a partir das 12h, iniciando pelo voto da ministra Carmen Lúcia. Nesta quinta, o ministro Raul Araújo votou contrário à ação, e os ministros Floriano Marques e André Ramos acompanharam o voto do relator Benedito Gonçalves, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, favoravelmente ao pedido de inelegibilidade do ex-presidente.

 

 

Fonte: InfoMoney

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