O Ibovespa (IBOV) deve ser influenciado por três fatores diferentes nesta terça-feira (14). Porém, enquanto a temporada de resultados e a diminuição da tensão entre Banco Central e governo ditam o ritmo dos mercados domésticos, é a inflação ao consumidor nos Estados Unidos que define o rumo do pregão de hoje.
Afinal, os dados do CPI norte-americano abalaram os negócios com as ações globais em 2022 e a leitura do indicador hoje não deve ser diferente. Ainda mais porque a perspectiva é de que os números de janeiro tendem a amparar o Federal Reserve. Ou seja, ainda há um longo trabalho a ser feito em relação à taxa de juros para combater a alta dos preços.
Assim, um resultado acima do esperado tende a repercutir de forma negativa nos ativos de risco, trazendo à tona a necessidade de juros mais altos por mais tempo. Mais que isso, a taxa terminal do atual ciclo de aperto pode ser maior que os 5% projetados. Por outro lado, um número mais fraco deve alimentar a perspectiva de cortes pelo Fed ainda neste ano.
O resultado efetivo sai às 10h30. A expectativa é de aceleração no dado mensal, inclusive no núcleo que exclui itens voláteis, após revisões para cima nos dados de 2022. O foco estará no teto de 0,50% no avanço mensal, correspondendo a uma taxa anual de 6,2%, para definir o desempenho dos mercados globais, para o bem ou para o mal.
Ibovespa atento a questões locais
Ainda assim, o Ibovespa também deve se mover sob influência de dois fatores locais. Na safra de balanços, o resultado do Banco do Brasil (BBAS3) encerrou em grande estilo a temporada dos grandes bancos.
Os números do BB mostraram força e qualidade, levando várias casas “buy side” a parabenizar o desempenho e alterar as recomendações, para compra do papel. Valuation muito barato, entrega de resultados positivos e consistentes, além de uma expectativa de retorno sobre patrimônio (RoE) acima de seus pares fazem parte da lista.
Por fim, mas não menos importante, os mercados domésticos reagem à participação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, no programa Roda Viva da TV Cultura. A avaliação é de que ele tratou de colocar panos quentes na queda de braço com o governo, buscando construir pontes e criar diálogo na questão das metas de inflação. A trégua deve aliviar a pressão sobre a curva de juros futuros e no dólar, respingando na bolsa.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h55:
EUA: o futuro do Dow Jones oscilava com +0,08%; o do S&P 500 subia 0,23% e o Nasdaq tinha alta de 0,38%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado, assim como os ADRs da Vale; já os da Petrobras tinham queda de 0,17%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,52%; a bolsa de Frankfurt avançava 0,39%; a de Paris ganhava 0,52% e a de Londres tinha alta de 0,49%;
Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em alta de 0,64%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 0,24%; mas a Bolsa de Xangai subiu 0,28%;
Câmbio: o índice DXY caía 0,32%, 103.02 pontos; o euro tinha alta de 0,29%, a US$ 1,0758; a libra subia 0,40%, a US$ 1,2190; o dólar caía 0,11% ante o iene, a 132,26 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,686%, de 3,705% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,512%, de 4,541% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro subia 0,39%, a US$ 1.870,70 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 1,46%, a US$ 78,92 o barril; o do petróleo Brent tinha queda de 1,10%, a US$ 85,64 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em baixa de 0,70% em Dalian (China), a 847 yuans a tonelada métrica, após ajustes.
Fonte: MoneyTimes