O chefe negociador da Ucrânia nas conversas com a Rússia, Mykhailo Podolyak, afirmou na quinta-feira (17) que um acordo para por fim aos ataques no país pode ser possível em cerca de 10 dias.
“Poderiam ser necessários poucos dias, mais ou menos uma semana e meia, para encontrar um acordo sobre os pontos mais controversos. A assinatura de um acordo colocará fim à fase aguda do conflito, nos permitirá honrar todos aqueles que foram assassinados e iniciar a reconstrução do país. Mas, duvido que para os ucranianos a guerra vai acabar ali, não depois de tudo que passamos”, afirmou Podolyak.
O conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky afirmou que, após o fim dos combates, não haverá mais nenhuma relação diplomática positiva entre as duas nações. “Não se pode voltar ao passado e falar de ‘países irmãos’. Os pontos disso foram todos explodidos. Criaremos uma fronteira forte e trataremos a Rússia com a frieza que merece um país que invadiu a nossa casa para nos matar”.
Negociações em várias frentes
As fortes declarações foram dadas em entrevista à mídia polonesa. Sobre as negociações, Podolyak afirmou que além das duas delegações principais que se reúnem na mesa de debates, “há numerosas subcomissões que se concentram sobre a resolução de temas específicos”.
“Há questões humanitárias, como os corredores de evacuação, econômicas e legais. Essas últimas são particularmente importantes porque precisam de um acordo assinado que não contrarie os acordos internacionais e as constituições de ambos os países”, afirmou o conselheiro de Zelensky.
Sobre a mudança dos encontros entre as delegações, da maneira presencial para virtual, Podolyak disse que a alteração foi necessária por conta “da perda de muito tempo” para fazer as viagens devido aos combates.
Mortes de russos
O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, afirmou que a Rússia já perdeu mais de 14 mil soldados em três semanas de combates.
O governo russo não confirma os números. Se forem verdade, ele já é maior do que toda a invasão da antiga União Soviética ao Afeganistão, na década de 1980, que durou cerca de 10 anos.
“A Rússia já perdeu mais soldados do que na guerra da Chechênia e do Afeganistão, com 14 mil mortes, mais de 450 tanques e blindados destruídos, 750 aviões foram derrubados e nós matamos vários de seus generais”, afirmou Reznikov.
Fonte: ANSA Brasil
Extraído de InfoMoney